Sergio Janikian (à dir.) pretende se manter discreto, sem planos de suceder Roberto de Andrade
Divulgação/Agência Corinthians

O novo diretor de futebol do Corinthians assumiu o cargo em situação bem diferente da dos seus antecessores. Sergio Janikian não tem a pretensão de galgar postos na política do clube, e esse é justamente um dos motivos que o fizeram ser escolhido pelo presidente Roberto de Andrade – e pelo influente ex-presidente Andrés Sanchez.

O economista, que trabalha com incorporações imobiliárias e materiais escolares, não pode se candidatar a presidente nos próximos pleitos. O estatuto da agremiação do Parque São Jorge exige do candidato dois mandatos como conselheiro, e ele não tem nenhum. Nem pretende.

Isso já o difere bastante dos dois principais diretores de futebol do grupo que assumiu o poder no Corinthians em 2007. Mário Gobbi exerceu a função no mandato de Andrés Sanchez e o sucedeu na presidência. Gobbi teve o sucessor Roberto de Andrade como seu diretor.

Diretor até o início deste mês, Ronaldo Ximenes também tem trajetória bastante distinta da de Janikian. O jovem, hoje com 33 anos, só assumiu por um ano porque era muito próximo de Gobbi, que estava isolado do grupo de Andrés. Agora, a diretoria foi montada à feição de Andrés – nomeado superintendente.

Apresentado na última quinta, Sergio Janikian repetiu várias vezes que quer “só ajudar”. Ele nunca trabalhou com futebol e admitiu a surpresa pelo convite, aceito sem pretensões políticas. “Sou de construção, não sou de grupo. Meu grupo é o Corinthians. Vou fazer o que estiver ao meu alcance.”

O economista ainda nem está bem inteirado dos assuntos no principal departamento do clube. Para ele – que tem como diretor adjunto Eduardo Ferreira, ex-ouvidor no Parque São Jorge –, as decisões devem ser tomadas coletivamente. Sua expectativa é que a experiência fora do futebol o ajude dentro dele.