Corinthians e São Paulo precisavam se encontrar na Taça Libertadores para completar a vasta lista de confrontos dos últimos anos, seja dentro ou fora de campo. Era o que faltava para apimentar ainda mais uma disputa que cresce a cada ano.
Com o Palmeiras em baixa, Timão e Tricolor atingiram um novo patamar de rivalidade desde a virada dos anos 90 para 2000. A briga por títulos deixou de ser o motivo principal. Do Morumbi a Itaquera, os clubes alimentaram a discórdia e viraram inimigos.
Abaixo, você confere uma lista elaborada pelo GloboEsporte.com com dez motivos para que a concorrência entre corintianos e são-paulinos aumentasse tanto. Do centésimo gol de Rogério Ceni sobre o Corinthians à “freguesia” do São Paulo nos mata-matas, passando pelas declarações polêmicas de Vampeta e Souza e chegando à guerra entre Juvenal Juvêncio e Andrés Sanchez por ingressos e, depois, para ser sede da Copa do Mundo.
GUERRA POR INGRESSOS
Em 2009, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, cumpriu o que está previsto no Estatuto do Torcedor e só deu 10% dos ingressos para o Corinthians antes de um clássico pelo Paulistão. A postura do dirigente revoltou Andrés Sanches, mandatário alvinegro. Ele prometeu e cumpriu: o Timão nunca mais jogou como mandante no Morumbi.
CENTÉSIMO DE CENI
Em 27 de março de 2011, o que todos os são-paulinos sonhavam aconteceu. Rogério Ceni fez seu gol de número 100 na carreira exatamente contra o maior rival, o Corinthians. Com uma cobrança de falta perfeita, no ângulo direito do goleiro Julio Cesar, o camisa 01 marcou para sempre seu nome na história do Majestoso.
PROVOCAÇÕES
Os últimos anos foram recheados por declarações polêmicas dos dois lados. Vampeta criou o apelido “bambi” para os tricolores, enquanto Souza, sempre lembrando do rebaixamento alvinegro, liderava a guerra do outro lado. Entre os dirigentes isso também acontecia. Antônio Roque Citadini, pelo Corinthians, e Marco Aurélio Cunha, pelo São Paulo, adoravam trocar alfinetadas.
PALMEIRAS EM BAIXA
A rivalidade entre Corinthians e São Paulo aumentou também pelo momento ruim do Palmeiras nos últimos anos. O Verdão foi rebaixado no Campeonato Brasileiro e se afastou da briga por grandes títulos. Enquanto isso, Timão e Tricolor se fortaleceram e passaram a duelar com o Santos pelo poder no estado.
GRAFITE E A SALVAÇÃO DO TIMÃO
Em 2004, o São Paulo tinha a chance de rebaixar o Corinthians no Campeonato Paulista. O Timão perdeu em casa para a Portuguesa Santista e passou a contar com um triunfo do Tricolor sobre o Juventus para escapar. A torcida era favorável à derrota para o Moleque Travesso, mas Grafite marcou duas vezes, garantiu a vitória por 2 a 1 e manteve o rival na Primeira Divisão estadual.
RICARDINHO
A hegemonia do Corinthians no fim dos anos 90 e início de 2000 fez a diretoria do São Paulo apostar em enfraquecer o rival. O clube pagou R$ 7,8 milhões ao Timão e contratou o meio-campista, um dos símbolos daquele time vencedor. O armador, porém, teve problemas de relacionamento no Tricolor e nunca conseguiu jogar em alto nível no Morumbi.
PATO POR JADSON
São Paulo e Corinthians protagonizaram em 2014 uma surpreendente negociação. Apesar da rivalidade em campo, os clubes conseguiram se entender no acordo. O Tricolor mandou Jadson e recebeu Alexandre Pato. Até agora fica a dúvida sobre quem se deu melhor. Nenhum dos dois conseguiu jogar até o momento o que as direções esperavam.
TABUS
O Majestoso ficou marcado também por grandes tabus dos dois lados. O São Paulo chegou a ficar 14 jogos sem perder para o Corinthians – foi quebrado em 2007. Nos últimos anos, o Timão devolveu com 11 duelos de invencibilidade – finalizado em 2012. O Alvinegro leva vantagem agora nos confrontos de mata-mata. São nada menos que seis vitórias consecutivas sobre o rival.
QUEDA DE TÉCNICOS
Perder o Majestoso custou o emprego de muitos treinadores, principalmente no lado do Corinthians. Só nos anos 2000, seis técnicos do Timão caíram após derrotas para o São Paulo, entre eles Tite. São 14 no total. O último, porém, foi do São Paulo. Ney Franco disse adeus ao cargo depois de perder para o Timão no primeiro duelo pela Recopa Sul-Americana.
PALCO DE COPA
A disputa entre os dirigentes continuou nos anos seguintes e chegou ao Mundial. O Morumbi estava certo como o estádio paulista no torneio, mas as obras exigidas pela Fifa e a força de Andrés na CBF mudaram o quadro. O corintiano apresentou o projeto de uma nova arena, construiu a tão sonhada casa alvinegra e venceu a disputa.