13/2/2015 10:01
100 anos da camisa alvinegra: Uma nova escola
De origem humilde, Timão foi o primeiro clube paulista a ter em campo uma atleta negro
O Corinthians e a causa operária
O Corinthians iniciou sua história no futebol como equipe de várzea, mas que revolucionou o futebol “extraoficial” da época. O time mais popular da cidade de São Paulo tem uma história de luta e envolvimento político. O Alvinegro teve como proposta romper as amarras elitistas que compunham o cenário futebolístico do início do século passado. Em um esporte estritamente praticado pela classe mais favorecida, foi o primeiro a admitir negros, mulatos e caboclos em suas equipes. Possuía um forte compromisso com a popularização e a democratização do futebol, e não por acaso rapidamente conquistou a simpatia do proletariado. O primeiro presidente, Miguel Battaglia, proferiu a frase que guia a República Popular do Corinthians até os dias de hoje: ‘’Este é o time do povo, e é o povo que vai fazer o time’’.
Todos os clubes daquela época eram times de elite. Os atletas eram rapazes que haviam aprendido a jogar em colégios, enquanto o Timão era formado de jovens de classe pobre, tipicamente varzeanos, que ao invés de escolas secundárias frequentavam oficinas, fábricas. Esses atletas apresentavam para o futebol paulista uma nova “escola”, um novo estilo, bem diferente daquele que predominava na época.
Em 1913 a equipe que se destacou nos campos de várzea, ingressou na Liga Paulista e estreou no futebol “oficial”, conseguindo uma surpreendente terceira colocação, o que era impressionante para uma equipe que acabara de sair da várzea. Não demorou muito para o clube dos operários conquistar o primeiro título. Em 1914 veio a primeira conquista, de maneira invicta. Um clube de origem humilde, que disputava um torneio oficial pela segunda vez, se sagrou campeão e impressionou a elite do futebol da época. O Corinthians revolucionava o futebol de São Paulo.
David, o primeiro jogador negro
O Corinthians teve que lidar com um problema logo nos primeiros anos de vida. Era a questão de preconceito de cor, existente nos clubes de futebol da época. Dizia-se que jogadores negros não eram bem recebidos em clubes de futebol, esporte até então elegante, chique. O Alvinegro do Parque São Jorge foi o primeiro clube paulista, e um dos primeiros no Brasil, a possuir um jogador negro, que se chamava David. Por conta do preconceito, o jogador não participou de nenhum campeonato, mas fez parte da história do Corinthians na luta pelo preconceito em todas as esferas, fosse racial, ou fosse contra a classe operária.
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