13/2/2015 08:44
Ele teve a cabeça salva por Mano. Agora, é quem dá as cartas no Corinthians
Edu Gaspar conversa com Alessandro, coordenador técnico, e o presidente Roberto de Andrade
Mário Gobbi pensou em demitir Edu Gaspar do Corinthians no ano passado.
Não só pensou, como colocou a ideia em discussão diante de seus homens de confiança. Para a surpresa de quem estava na reunião, um dos votantes pela permanência do gerente de futebol foi um antigo desafeto. Justamente Mano Menezes. Mas o tempo passou, e de fragilizado ele mudou seu status...
Hoje, com o novo presidente Roberto de Andrade, a sensação interna de funcionários corintianos é que Edu elevará seu poder no Corinthians como ainda não havia acontecido desde que assumiu a função, em março de 2011. Algo que ele já experimentou nos últimos dias da gestão de Gobbi. Quando, na prática, o planejamento para 2015 era executado junto com Roberto.
Foi Edu Gaspar quem conduziu pessoalmente as negociações para contratar Cristian, Edílson, Mendoza, Edu Dracena e, sobretudo, Vagner Love. Essa é a primeira vez em que o gerente de futebol assume o papel de protagonista em relação ao mercado. Até 2013, era Roberto de Andrade quem centralizava as ações. Já no ano passado, o diretor Ronaldo Ximenes era quem liderava a busca por reforços ao lado de Mano Menezes.
A prova cabal do distanciamento de Edu com o dia a dia durante a gestão Mano ocorreu na transferência de Alexandre Pato para o São Paulo. Com o clube em crise, Mano passou a dormir no CT Joaquim Grava e foi Alessandro, coordenador de futebol, quem fez os contatos. Edu, em um dia chave na reformulação do Corinthians de 2014, sequer foi ao clube.
Para quem convivia com treinador e gerente, a sensação é de que Mano estava aberto a incluir Edu em seu círculo de confiança, mas a sintonia jamais ocorreu. Em parte, por desavenças do passado quando o então volante retornou ao Corinthians cheio de esperanças, mas pouco atuou e optou por se aposentar. Naquele período, Edu Gaspar deu entrevistas com críticas duras a Mano Menezes.
Reconhecidamente centralizador, Mano também puxava para si uma série de situações, o que também contribuiu para que Edu se afastasse das questões mais importantes. Com Tite e Roberto de Andrade, tudo ficou ao contrário: o gerente de futebol tem um presidente com quem tem grande afinidade e um treinador que não quer se envolver em nada além dos aspectos técnicos.
Já nesse processo, nos últimos dias da gestão Gobbi, Edu deu prova de seu prestígio ao clube durante a viagem aos Estados Unidos. No mesmo avião ocupado pelo Corinthians, ele levou a mulher, filhos e babá, todos hospedados nos mesmos hotéis ocupados pela delegação.
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