O Corinthians confirmou na Justiça que, de fato, deu um calote nos agentes do volante Ralf, em dívida que hoje gira em torno de R$ 2,8 milhões. Só que o clube apelou aos princípios de boa-fé para tentar derrubar a ação que hoje corre na 36ª Vara Cível.
Conforme apurou o ESPN.com.br, o clube se defendeu dizendo que realmente não pagou as seis parcelas restantes de 140 mil euros pela compra dos direitos de Ralf. A justificativa para o calote, no entanto, é curiosa: pois não recebeu nenhuma proposta pelo jogador. Assim, sem dinheiro, não pôde quitar a dívida.
"A expectativa de negócio envolvendo os direitos econômicos do jogador Ralf não foram adiante por causa das condições negociais de mercado que sofreram drástica alteração, com retração dos clubes de futebol e dos investidores, ou seja, ausência de proposta para aquisição", alegou o Corinthians na ação.
"A relação estabelecida entre as partes ora em litígio decorre de boa-fé, tanto que no negócio realizado houve o pagamento da primeira parcela de 245 mil euros e mais seis de 140.000,00 mil euros restando pendente as últimas seis parcelas no mesmo valor", continua o clube em sua defesa.
"Assim sendo, invoca-se a boa-fé existente nos negócios disponíveis de natureza civil, como é o caso aqui presente", pede o Corinthians na Justiça.
A GP Sports Management Consultoria Esportiva ingressou com ação monitória contra o Corinthians por conta de um calote em transação do volante Ralf, titular absoluto do clube alvinegro há alguns anos.
Pressão para Ralf deixar o clube
O ESPN.com.br apurou que a empresa exige R$ 2.797.813,42 por conta de parte dos direitos do jogador vendidos em 2012, após a Libertadores, época que a Fiorentina quase levou o atleta, no que foi a última proposta pelo jogador recebida pelo clube alvinegro. Na ação, o Corinthians ainda alega pressão dos empresários para vender o atleta.
"É necessário expor os fatos da forma como ocorrerem, ou seja, deixar claro que o Corinthians teve que forçosamente adquirir os direitos econômicos do jogador, sob pena do mesmo vir a ser negociado pela autora, desfalcando o time de futebol na disputa do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA em 2012. A requerente não diz que exerceu enorme pressão junto aos dirigentes do Corinthians para a liberação do atleta e concretização da sua transferência internacional", escreveram os advogados alvinegros.
Na ocasião, os direitos de Ralf eram 20% da empresa Luiz Fernando assessoria esportiva, do conselheiro Fernando Garcia, irmão do candidato Paulo Garcia; 47,5% com o Corinthians; 16,25% com Ralf e 16,25% com a GP Sports. Só que uma proposta da Fiorentina após a Libertadores de 2012 obrigou o Corinthians a comprar os 32,5% da GP e de Ralf, visando manter o atleta para o Mundial de Clubes.
Documento mostra parcela que Corinthians não pagou a empresários