7/2/2015 18:19
Roberto bate Citadini e mantém grupo de Andrés no poder do Corinthians
O grupo que assumiu o poder no Corinthians em 2007 vai se manter nele ao menos até o final de 2017. Por 1.848 votos a 1.393 – mais de 11 mil associados estavam aptos a participar do processo –, Roberto de Andrade confirmou o favoritismo sobre Antonio Roque Citadini, venceu a eleição presidencial alvinegra com alguma folga e ficou com o posto deixado por Mário Gobbi.
Candidato da chapa Renovação e Transparência, Andrade teve como grande cabo eleitoral Andrés Sanchez. Líder do grupo – que já foi bem mais coeso, como mostram as desavenças com Gobbi e a deserção do vice-presidente Luis Paulo Rosenberg –, o ex-presidente foi de uma cordialidade impressionante para seus padrões ao longo de todo o sábado de pleito.
As escolhas dos sócios foram computadas em urnas eletrônicas das 9h às 17h. O clube ficou repleto de material de campanha dos dois candidatos, com caminhões de som e militantes postados à porta do ginásio da votação. Do lado de fora, torcedores organizados protestavam tanto contra situação quanto contra oposição – e prometiam guerra com palmeirenses no Derby de domingo.
O anúncio do resultado, feito às 17h14, mostrou que o racha da situação e a união da oposição não foram suficientes para que Citadini saísse vencedor e derrubasse o grupo que comanda o clube desde a saída de Alberto Dualib. Dirigente no início dos anos 2000, o candidato da chapa Pró-Corinthians – apoiado pelos antes pré-candidatos Paulo Garcia e Ilmar Schiavenato – foi derrotado.
Ganhou Roberto de Andrade, diretor de futebol na primeira parte da gestão Mário Gobbi. Ele se afastou do cargo no início do ano passado, mas, com a iminente troca de poder, passou a agir novamente como dirigente e tratar do elenco de 2015. Assume em um momento complicado da agremiação do Parque São Jorge, especialmente do ponto de vista financeiro.
A dívida do Corinthians, divulgada a dois dias da eleição, é de R$ 313,5 milhões. A partir de julho, o clube tem de pagar prestações mensais de R$ 5 milhões ao BNDES pelo financiamento do estádio de Itaquera. A arena foi inaugurada há quase um ano, abriu a Copa do Mundo e ainda não teve o seu nome vendido. A folha salarial do time profissional é de R$ 13 milhões por mês e não está em dia.
Nesse cenário, o centroavante Paolo Guerrero pede R$ 18 milhões só como prêmio pela renovação de seu contrato, que expira em julho. Outra preocupação do novo presidente é a situação das categorias de base. Pelas dificuldades financeiras do clube, várias promessas, como Malcom, tiveram boa parte de seus direitos econômicos cedidos como pagamento de empréstimos.
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