Paulo Nobre é a favor de torcida única em clássicos na capital paulista
Foto: Carla Carniel / FramePhoto

Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, posicionou-se a respeito da polêmica postura da Federação Paulista de Futebol (FPF) de não liberar ingressos para a torcida do Corinthians no clássico deste domingo, às 17h (de Brasília), diante do Palmeiras, no Allianz Parque. O mandatário alvinegro revelou que conversou na quarta-feira com o presidente do clube verde e branco, Paulo Nobre, e contou que, neste papo, sentiu o real motivo da defesa alviverde por torcida única: dinheiro. Por isso, se disse decepcionado com o dirigente palmeirense e reafirmou a disposição do Corinthians de não jogar no domingo em caso de clássico com 100% de torcedores do time da casa.

Torcida única: Muricy vê futebol "largado" e reflexo do País
Falência ou segurança? Torcida única no dérbi gera polêmica
“Falei com o Paulo Nobre e disse pra ele que não era daquela forma que se fazia, que, se o intuito era coibir a violência, ele poderia estar exacerbando a violência, instigando uma rivalidade que hoje é serena”, afirmou Gobbi. “Nas argumentações dele, ele deixou escapar, e aí eu entendi o porquê da regra. Que infelizmente o estádio dele não foi feito para receber torcida do visitante, e que para ele pôr no estádio dele a torcida visitante, ele deixa de vender 12 mil cadeiras à torcida. Que é um prejuízo com que ele não pode arcar”, acrescentou.

Nesta quinta-feira, horas antes do jogo contra a Ponte Preta, no Allianz Parque, e da oficialização da postura da FPF por torcida única no clássico de domingo, Paulo Nobre admitiu que era favorável à realização do dérbi apenas com fãs palmeirenses. Além de se referir à segurança dos torcedores, ele citou o fator econômico. “Você tem que economizar o dinheiro público. Não faz o menor sentido a polícia ter que escoltar 1,5 mil, 2 mil torcedores no caminho a um estádio de futebol enquanto ela poderia estar fazendo um bem à sociedade. E também tem o fator econômico do time mandante. No nosso caso, são pelo menos 6 mil lugares inutilizados”, acrescentou.

O Palmeiras sairia com “prejuízo” de cerca de R$ 150 mil reais caso o clássico fosse disputado com torcedores corintianos por um único motivo: a localização do setor de visitantes no Allianz Parque. O espaço fica no anel inferior e entre os setores sul e leste do estádio – destinados aos palmeirenses. A separação só é feita por grades. Há, ainda, um anel de alviverdes exatamente acima do local destinado aos visitantes. Este teria que ser interditado, para evitar arremesso de objetos, e, consequentemente, o clube verde e branco deixaria de vender assentos e lucrar.