6/2/2015 12:20
Roberto x Citadini: veja as propostas dos candidatos à presidência do Timão
Associados do Corinthians escolhem neste sábado o substituto de Mário Gobbi Filho pelos próximos três anos. Oposição tenta tirar situação do comando após sete anos
Roberto de Andrade e Antônio Roque Citadini disputam a presidência do Corinthians (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
Em meio às mudanças no elenco, disputa por vaga na fase de grupos da Taça Libertadores e clássico contra o arquirrival Palmeiras, os associados do Corinthians escolhem neste sábado o novo presidente do Corinthians pelos próximos três anos. Roberto de Andrade, da situação, e Antônio Roque Citadini, da oposição, duelam pelo posto hoje ocupado por Mário Gobbi Filho.
Quase 12 mil sócios estão aptos a votar no Parque São Jorge, sede social do Timão. A expectativa, porém, é de que cerca de quatro mil compareçam. As urnas eletrônicas estarão em funcionamento das 9h às 17h.
A corrida presidencial vem sendo marcada por mudanças na oposição nas últimas semanas. Paulo Garcia abriu mão da candidatura para apoiar Citadini. Ilmar Schiavenato saiu foi obrigado a deixar o pleito depois que a comissão eleitoral constatou erros na composição de sua chapa, como a falsificação de nomes para o Conselho Deliberativo.
Ex-vice de Andrés Sanchez e ex-diretor de futebol de Gobbi, Roberto de Andrade tenta manter no poder o grupo que comanda o Corinthians desde 2007, ano da queda de Alberto Dualib. A principal proposta é equilibrar novamente as contas e buscar meios para fazer o faturamento do clube aumentar.
Antônio Roque Citadini, vice de Dualib entre 2001 e 2004, também se apega aos cofres vazios para crescer na preferência e desbancar a ala ligada a Andrés, um de seus desafetos no clube. O candidato prega uma mudança geral, sobretudo no departamento de futebol, para sanar as dívidas, mas acha difícil vender jogadores, entre eles Alexandre Pato.
O vencedor terá missões complicadas, como pagar a primeira parcela do financiamento do estádio, em junho – o valor chega a R$ 100 milhões. Além disso, terá de encontrar recursos para tentar a renovação de contrato de Paolo Guerrero, principal jogador do elenco. O Timão também vem atrasando o pagamento de salários de funcionários e direito de imagem de atletas.
A chapa que ganhar a disputa trará consigo 200 conselheiros para o triênio, além de outros 50 suplentes para os postos.
Abaixo você confere um resumo das propostas:
CONTRATAÇÕES
Roberto de Andrade: Hoje, estamos muito próximos de ter um elenco mais forte ainda. Então, as necessidades são menores. Mas a proposta é ter sempre um time fortíssimo disputando tudo para ganhar. Essa é a ideia. Não é difícil (um grande reforço), mas hoje não temos necessidade. Acredito que o grupo está completo. Temos de esperar no meio do ano, que é uma janela mais aquecida. Por enquanto, o grupo está fechado.
Antônio Roque Citadini: A situação financeira não é boa. A própria direção fala. Eu acho que essa coisa precisa ser bem colocada. O clube que ganha títulos é aquele com as contas equilibradas. Se você estiver com as contas esculhambadas, não ganha. Você precisa contratar tendo uma situação equilibrada, porque aí paga em dia, atrai jogador, ele joga com mais dedicação. De cada dez títulos, em nove você está com a situação financeira equilibrada. A primeira coisa é colocar as contas em dia.
CRISE FINANCEIRA
Roberto de Andrade: É um pouco de tudo. Vamos deixar claro que o Corinthians não tem salário atrasado, de nenhum funcionário, e nunca teve no nosso grupo "Renovação e Transparência". O que tem atrasado é direito de imagem de quatro jogadores (Elias, Ralf, Renato Augusto e Danilo). Os quatro já conversaram com a diretoria e estão pacientes sabendo que vão receber. Vamos colocar o Corinthians no passo certo.
Antônio Roque Citadini: Nosso problema é caixa, não é previsão. O clube precisa resolver suas contas pagando em dia, usando os recursos que recebe. Isso é importante fazer.
GASTOS COM O FUTEBOL
Roberto de Andrade: Todo trabalho que for para trazer valores para patamares menores é bem-vindo. As receitas encolheram pela crise mundial, as empresas estão gastando menos. Não podemos esquecer que, aquilo que está contratado por um valor, você precisa cumprir até o último dia. Temos a experiência de 2007, foi feita uma economia grande em diversos setores. Vamos tentar fazer isso novamente. Aquilo que é necessário você não pode tirar. Mas vamos estudar caso a caso, departamento por departamento. Vamos reduzir despesas com certezas. Cabe em qualquer setor.
Antônio Roque Citadini: O problema básico é que o futebol perdeu a mão, gastou de uma forma equivocada, a mais. Isso levou a esse desequilíbrio. No campo da despesa, é gastar melhor.
GUERRERO
Roberto de Andrade: Pode ser até que o Mário (Gobbi) chegue a esse acordo. Caso fique para o próximo presidente, vamos sentar e conversar. Vamos fazer aquilo com muita coerência. Sabemos que o Guerrero é importantíssimo. Queremos que ele fique, e ele também quer ficar. Vamos tentar acomodar da melhor maneira para os dois.
Antônio Roque Citadini: Não sei quanto ele está pedindo. Mas, de qualquer forma, o Guerrero é um jogador de qualidade. O clube precisa ver como vai pagar. Ele é um grande jogador, se identificou com o clube. Essa é a grande vantagem. Você tem um limite, mas tem de fazer um esforço grande.
PATO
Roberto de Andrade: Todos sabem que futebol é risco. Você traz um jogador e ele pode ou não dar certo. Pelos valores empregados, todos nós tínhamos a certeza que daria certo por tudo o que o Pato representa. Mas, infelizmente, ele não se adaptou ao futebol brasileiro. Não podemos ficar arrependidos. No futebol, vamos acertar e errar. Todo mundo me pergunta muito do Pato, mas trouxemos Cássio, Guerrero, que ninguém nunca tinha ouvido falar, contratações que deram muito certo. Então, nesse equilíbrio estou mais positivo do que negativo.
Antônio Roque Citadini: Não sei, acho que ninguém compra. No caso do Pato, que envolvia muito dinheiro, deveríamos ter nos informado melhor. Caímos no conto do vigário, porque o Pato foi do Inter para o Milan por um jogo. Quando ele começou a não jogar, o Milan inventou que ele estava contundido. Hoje está claro que isso era um artifício que o Milan usava para não mostrar o jogador. Não havia água de São Gennaro que curasse. Quem é que vai comprar? O Corinthians não é o Milan, que conseguiu a proeza de escondê-lo dois anos. Não dá para ser feito no Corinthians pelo tipo da torcida, pela nossa história. Aqui, o jogador é bom ou ele racha. Nós deveríamos rezar uma missa por dia para aparecer um negócio. Depois da compra qualquer coisa era uma solução. O problema foi ter caído nisso.
PAGAMENTO DO ESTÁDIO
Roberto de Andrade: Uma grande parte desse dinheiro está depositada no fundo da arena. Não tenho problema em pagar o estádio. O Corinthians vai pagar tranquilamente. A parcela vence em junho de 2015, vamos cumprir com o compromisso sem problema nenhum.
Antônio Roque Citadini: Eu não sei o valor. Mas vamos ter de pagar o estádio. É um belo estádio, moderno, gosto de ver futebol lá. Se nós não tivermos condições de pagar um estádio, ninguém tem. Eu sempre fui a favor. O estádio foi uma grande coisa. O Corinthians aproveitou muito bem a Copa do Mundo, se comprometeu, porque ficou com grande dívida, mas construiu um estádio moderno e salvou a cidade de um vexame. A cidade até deve favor ao Corinthians.
NOVAS RECEITAS
Roberto de Andrade: Temos algumas frentes. Temos de aumentar o Fiel Torcedor, que é uma fonte de receita sadia. No marketing, atrair mais parceiros. Tem os licenciamentos também. Vamos trabalhar em todas essas frentes.
Antônio Roque Citadini: É faturar mais. Infelizmente, temos mudanças na economia do país, as empresas estão puxando o freio. Os clubes também são atingidos com isso.
PREÇO DOS INGRESSOS
Roberto de Andrade: É uma preocupação grande do Corinthians. Não podemos esquecer que ainda estamos fazendo ajustes. Estamos usando o estádio há pouco tempo e não conhecemos o perfil de todo o nosso torcedor. Se tivermos a possibilidade de fazer os valores ficarem menores, vamos trabalhar. A ideia do Corinthians não é explorar ninguém, muito pelo contrário. A ideia é ter a nossa casa cheia em todos os jogos. Não dá para prometer. É uma conta matemática. Temos o compromisso de pagar o estádio. Começando a comercialização de camarotes e cadeiras cativas, isso vai aumentar a receita do fundo e, talvez, consiga fazer algum ajuste em determinados locais.
Antônio Roque Citadini: Os sócios do clube reclamam que querem ter acesso para comprar. O Fiel Torcedor também e há reclamação do preço final. O Fiel Torcedor foi coisa importante. Precisamos melhorar, possibilitar que ele dê um salto. Tem um monte de mudanças que podemos fazer. Devemos caminhar para os clubes europeus, com venda de ingressos só pela internet. Temos de acabar com essa coisa de fila para comprar. É pré-histórico. Há setores que precisam ser caros. Eu sou sócio-torcedor VIP. Acho que tenho de pagar caro, porque o clube oferece cadeira, banheiro, estacionamento... Mas também precisa de ingressos populares, ou então vai mudar nossa história, coisa que não queremos.
CLUBE SOCIAL E ESPORTES OLÍMPICOS
Roberto de Andrade: A ideia é melhorar tudo que existe. Se tivermos recursos, vamos melhorar sempre a vida do sócio.
Antônio Roque Citadini: O clube social tem de melhorar. Eles falam que eu não gosto, mas eles não gostam. A piscina está com ladrilho quebrado, o restaurante não funciona, todas as áreas têm queixa. O clube precisa voltar a ter esportes olímpicos, não é só futsal e natação. Precisamos pensar no basquete e outros que o Corinthians foi importante. Temos de nos abrir a outros esportes.
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