Foram 30 segundos o tempo necessário para Emerson Sheik aliviar a tensão da torcida do Corinthians com o gol que abriu o placar na goleada do Once Caldas por 4 a 0, nesta quarta-feira. O resultado deixa a situação bem mais tranquila para a equipe paulista, que faz o jogo da volta na Colômbia no próximo dia 11. Reconhcendo uma importância de Sheik para o Timão, Marco Antônio Rodrigues afirmou que o atacante "não afina, especialmente em jogo decisivo" e o colocou na condição de ídolo dos corintianos (assista ao vídeo).
- Ele é ídolo da torcida do Corinthians por causa da Libertadores. A torcida adora ele, sempre adorou. Ele tem crédito, a torcida sabe. E ele não afina, especialmente em jogo decisivo. Ele vai para cima. Pode ser que não tenha uma grande atuação, mas a vontade dele, o desempenho, a malandragem em jogo decisivo. Ele é jogador de jogo decisivo - afirmou Marco Antônio.
Logo após o início do jogo, Sheik recebeu na ponta esquerda, se livrou da marcação e mandou por cobertura. A forma como aconteceu o lance levantou uma polêmica sobre a intenção do atacante, se era a de cruzar ou chutar. A bola acabou encobrindo o goleiro José Cuadrado. Roger Flores analisou a jogada e observou uma movimentação do volante Elias que seria a causa para Emerson tirar força da bola no arremate.
- Ele tem o Guerrero dentro da área e o Elias penetrando, só que o Elias faz o movimento errado, vai na direção do Guerrero. Praticamente se junta ao Guerrero no mesmo espaço. O Emérson tira força da bola, bate embaixo nela, que sobe e ganha uma direção "errada" no que ele queria fazer, mas se tornou muito melhor - disse Roger.
Juliano Belletti concordou com a análise de Roger, e ainda acrescentou que se Emerson tivesse mesmo a intenção de chutar a gol, teria batido diferente na bola. Belletti também destacou o equilíbrio emocional do jogador em um jogo decisivo e cheio de provocações.
- Se ele tentasse realmente o gol, ele ia bater diferente na bola, como se fosse um cruzamento. Aí sim a gente ia ter certeza que ele estava buscando o gol. E é o cara que sofreu muitas faltas no jogo, foi provocado e conseguiu manter o equilíbrio emocional, o que é muito difícil em jogos como esse. Tanto que houve expulsões no jogo. E ele não cansa, está querendo. Quando ele quer, talento ele tem - analisou Belletti.
O comentarista ainda lembrou a expulsão de Guerrero - o atacante recebeu o cartão o vermelho aos 26 do primeiro tempo após acertar o rosto de Camilo Pérez em dividida no alto - para falar da atuação de Sheik ao longo da partida. Belletti destacou o protagonismo e a movimentação tática do jogador, assim como a de Renato Augusto.
- Ele assume o protagonismo que lhe é exigido com a expulsão do Guerrero. É o atacante e tem que ajudar muito na marcação ofensiva ao mesmo tempo que vai ser mais exigido defensivamente. Tanto que no momento da expulsão do Guerrero, o posicionamento dele é mais centralizado, deixando o Renato Augusto mais para o lado. No segundo tempo muda. O Tite coloca o Renato Augusto como um 9, numa posição entre os zagueiros, e coloca o Emerson Sheik no lado esquerdo do ataque para ser o cara que segura a bola, prende para o time sair um pouco mais. E ele estava inspirado - afirmou.