Tite gostou muito de sua primeira experiência em uma partida decisiva em Itaquera. O placar da vitória por 4 a 0 do Corinthians sobre o Once Caldas, pela fase prévia da Copa Libertadores, esconde a carga de dramaticidade que teve a partida, com a expulsão de Guerrero aos 26 minutos do primeiro tempo. A Fiel teve de agir e foi ouvida.

“Eu não posso falar ou vou falar o palavrão que sempre falo. Minha mulher me proibiu de falar palavrão: ‘Para, não fala’. Quando começou o jogo, eles começaram a gritar, e eu não tinha essa experiência aqui. Bombava no meu ouvido. Olhei: ‘Meu Deus do céu’. Pulsa, ferve”, afirmou Tite.

De acordo com o treinador, o comportamento do torcedor foi refletido dentro de campo “até demais”. Ele teve de repreender Elias por uma sequência de faltas cometidas perto da área, mas gostou em geral da atitude dos atletas, citando o técnico Jadson como exemplo por “arrastar a bunda no chão”.

“O Corinthians tem a marca do Corinthians. É assim. Tem que ter qualidade, mas tem que vibrar, tem que pulsar. Sem a bola, tem que ser um time elétrico, acelerado, querendo tomá-la. Com a bola, sim, pode ser mais lúcido, calmo, frio. Não é uma característica minha, do técnico. É característica do clube”, comentou.

O que é característica de Tite é buscar um jogo coletivo, que não dependa de um só atleta. Por isso, ele gostou do comportamento de todos após a expulsão de Guerrero. “Quando a engrenagem roda, eventualmente um ou outro vai aparecer. O futebol é assim.”

Na noite de quarta, quem apareceu muito bem foram duas apostas do gaúcho, o zagueiro Felipe e o atacante Emerson. O treinador foi fiel ao estilo magnânimo com que gosta de se pintar e evitou se “autovalorizar” com as escolhas que deram certo e deixaram o Corinthians muito perto da fase de grupos da Copa Libertadores.