O dia 4 de julho está guardado eternamente no coração alvinegro. Foi nessa data que o Corinthians bateu o Boca Juniors no Pacaembu e conquistou a Libertadores da América pela primeira vez na história. Competição em que o Timão jogará novamente em 2015. A busca pelo bicampeonato terá início nesta quarta-feira (04), contra o Once Caldas (COL), na Arena Corinthians, na partida de ida da primeira fase.
Apesar de ter conquistado o torneio de 2012 de forma invicta, o Timão não teve moleza durante a vitoriosa campanha. Logo na estreia, no confronto ante o Deportivo Táchira (VEN), na Venezuela, a derrota parecia iminente, quando aos 49 min do segundo tempo, Alex cruzou e Ralf, de cabeça, colocou a bola no fundo das redes, empatando em 1 a 1.
Passado o nervosismo da estreia, o Corinthians já demonstrava a qualidade técnica, garra e determinação que marcariam o elenco comandado pelo técnico Tite. Com 100% de aproveitamento dentro do Pacaembu e consistência defensiva, o Timão terminou a primeira fase na primeira colocação do grupo 6, com 14 pontos, 13 gols feitos e somente dois sofridos.
Nas oitavas de final, o rival foi o Emelec (EQU). Em jogo tenso, graças a boas aparições do goleiro Cássio, a partida de ida em Guayaquil terminou com empate sem gols, mesmo com o Corinthians atuando boa parte da partida com um jogador a menos em campo. Em São Paulo, com futebol seguro e eficiente, o Alvinegro fez 3 a 0 e garantiu a vaga entre os oito melhores do continente.
A partir das quartas de final, o coração dos corinthianos passaria a ser testado. O adversário da fase seguinte foi o Vasco da Gama. Novamente, o Timão teria de vencer em casa para alcançar a vaga, após empate sem gols em um São Januário sob chuva. No Pacaembu, tinha de ser do jeito que a torcida gosta, sofrido. O cronômetro apontava 17 min da segunda etapa quando Diego Souza tomou a posse da bola e atravessou o campo em direção ao gol alvinegro.
O silêncio no Pacaembu só se tornaria alívio quando Cássio, com a ponta dos dedos, desviou o chute rasteiro do adversário para escanteio. Mas a festa para valer só viria no fim da partida. Aos 42 min, Alex bateu escanteio e o volante Paulinho subiu sozinho para fazer o histórico gol da classificação.
aulinho decidiu para o Timão em jogo duro.
Na semifinal, veio clássico contra o Santos, o então atual campeão da Libertadores na época. Um golaço de Emerson Sheik aos 28 min do primeiro tempo na Vila Belmiro trouxe o Corinthians com a vantagem do empate para a segunda partida, em São Paulo. Um gol de Neymar no fim da primeira etapa deixou a tensão no ar durante o intervalo.
Mas o desafogo logo viria dos pés tranquilos e experientes do meia Danilo. Aos dois minutos o camisa 20 esperou a bola atravessar toda a área do time praiano e com calma balançou a rede e explodiu a torcida. Pela primeira vez, o Corinthians estava na final da sonhada Libertadores.
Emerson marcou um golaço na Vila Belmiro.
Escolher um rival para a final era impossível, mas o adversário não poderia ser mais simbólico. Quem viriam pela frente seriam o argentino Boca Juniors, hexacampeão do torneio, e a temida La Bombonera. Em confronto emocionante e recheado de confusão, o Timão saiu atrás, mas aos 41 min do segundo tempo, Romarinho, que havia acabado de entrar, recebeu passe de Emerson Sheik e, de cavadinha, fez o gol de empate que renovou as esperanças alvinegras.
Romarinho calou La Bombonera, no primeiro jogo da final.
Com o Pacaembu lotado e o placar em igualdade, faltava apenas mais um passo a ser dado. Após primeiro tempo tenso, que terminou sem gols, o Timão voltou com a fome de quem estava a 45 minutos de fazer história. Logo aos oito minutos, a bola sobrou na área argentina para Danilo, que, com classe, deixou Emerson Sheik na cara da meta para abrir o placar. Endiabrado, o ex-camisa 11 do Timão ainda faria outro gol, em contra-ataque rápido após interceptar o passe de Schiavi no meio de campo, Timão 2 a 0. Corinthians, enfim, campeão da Libertadores. Invicto, inédito, histórico.