Jadson recebeu a reportagem em sua casa, em São Paulo (Foto: Diego Ribeiro)
Uma conversa com o técnico Tite logo no começo da pré-temporada do Corinthians fez o meia Jadson ter certeza de que deveria continuar no clube em 2015, mesmo iniciando o ano como opção no banco de reservas.
Aos 31 anos, o meia mostra maturidade e paciência para aguardar sua oportunidade e retomar o bom futebol de seu início pelo clube – em fevereiro passado, após inesperada troca com Alexandre Pato, do São Paulo. A vontade de vencer no Timão o fez recusar propostas em janeiro.
O Flamengo era um dos principais clubes interessados em seu futebol. Havia também o aval dos empresários do jogador. No entanto, Tite contou a Jadson que confiava nele e tinha certeza de que ele iria ajudar durante a temporada. Foi o suficiente para o meia se reanimar.
– Chegaram algumas propostas de clubes do Brasil. Fico honrado porque são grandes clubes. Meu pensamento, porém, sempre foi ficar no Corinthians porque tenho mais um ano de contrato. A vinda do Tite me animou bastante, e por isso tenho certeza de que vou fazer uma boa temporada – disse o meia, que recebeu a reportagem em sua casa, na zona oeste de São Paulo.
Além da motivação dada pelo novo técnico do Corinthians, Jadson tem outra razão para permanecer. No ano passado, uma cláusula o impedia de atuar contra o São Paulo, seu ex-clube. Agora, liberado dessa exigência, ele pode encontrar o rival logo na fase de grupos da Taça Libertadores. Para isso, o Timão precisa passar pelo Once Caldas em dois jogos eliminatórios nos dias 4 e 11 de fevereiro.
– Jogar um clássico sempre é especial, ainda mais contra uma equipe em que já atuei. Estou esperando essa oportunidade de poder jogar o Majestoso, fazer um bom jogo e ajudar o Corinthians. Meu pensamento é ajudar, espero que a gente se encontre no Paulista e na Libertadores. Que o Corinthians possa sair vencedor em todos os clássicos – desejou o jogador.
Jadson em treino no CT do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Durante um papo de quase meia hora, Jadson falou também sobre suas expectativas em 2015, a disputa contra o Once Caldas e a maturidade que o faz esperar um pouco mais por uma chance entre os titulares. O meia tem 46 jogos e oito gols com a camisa alvinegra.
Confira abaixo os principais trechos da conversa:
Papo com Tite
– Tivemos uma conversa durante a pré-temporada. Foi um papo positivo, que me deixou muito feliz. Tite é um cara muito correto e íntegro, que tenta transmitir as coisas certas para o grupo. A partir daí tomei a decisão de continuar no Corinthians. Quero buscar meu espaço na equipe. O elenco é muito bom e a concorrência é grande, mas todos têm condições de jogar. Acho que todos vão ganhar uma chance.
Em algum momento pensou em sair?
– Meu pensamento nunca foi sair do Corinthians. Gosto de jogar aqui. A torcida sempre me apoiou, então a conversa do Tite e minha vontade, somadas, fizeram com que eu ficasse. Ele é um treinador vencedor, posso crescer muito com ele. Fico honrado pelos elogios dele, e por isso espero ganhar ainda mais a confiança dele.
Por que prefere ficar no Corinthians?
– Você vai ganhando maturidade durante a carreira e aprendendo a lidar com isso. A oportunidade vai chegar para todo mundo e vou esperar a minha. O Corinthians tem tudo para fazer um grande ano, espero que seja um ano vencedor.
Comparação entre Tolima e Once Caldas
– Aquela eliminação (em 2011) não tem nada a ver com o momento atual. As pessoas não se esquecem facilmente daquilo, mas estamos focados. Tem um pouco de nervosismo porque são duas finais logo no começo da competição. Mesmo assim, acho que estamos focados. Tite tem feito um bom trabalho para nos manter tranquilos e confiantes.
Jadson chegou ao Corinthians envolvido na troca por Alexandre Pato (Foto: Reginaldo Castro / Ag. Estado)
Teve medo de jogar por um rival do ex-clube?
– Meu único receio na época era a questão da desconfiança da torcida. Quando me deram a ideia da transferência, não pensei duas vezes. O Corinthians é uma grande equipe, com torcida maravilhosa e que apoia muito. Jogar aqui é diferente, sempre tive vontade. Quando surgiu a oportunidade, vim rapidamente.
Má fase no fim de 2014
– No começo tudo dava certo, batia falta e era gol, chutava de longe e a bola entrava, conseguia dar várias assistências. A confiança estava alta. A oscilação faz parte do futebol. Às vezes as coisas começam a não dar mais certo. O elenco tem 30 jogadores, todo mundo querendo seu espaço. O treinador faz uma troca, outra, e aí a equipe vai bem. O negócio é esperar novamente pela oportunidade. A equipe engrenou no fim do ano, e eu fiquei esperando minha oportunidade.