Renato Augusto conversou com representantes do Bayer Leverkusen (ALE) em Orlando, nos Estados Unidos (crédito: Rodrigo Vessoni)
O Corinthians volta a jogar pela Florida Cup neste sábado, às 13h (16h, de Brasília), contra o Bayer Leverkusen (ALE), no principal estádio da cidade de Jacksonville (EUA) – EverBank Field, com capacidade para aproximadamente 55 mil torcedores. Para a maioria dos jogadores do Timão, o duelo é mais uma etapa da pré-temporada. Para Renato Augusto, será um momento especial.
O meia deixou o clube alemão em dezembro de 2012 para voltar ao Brasil e, pouco mais de dois anos depois, enfrentará ex-companheiros de trabalho. Entre eles, um brasileiro que deve – e muito – o sucesso de sua carreira ao camisa 8. Trata-se de Daniel Jouvin, que era auxiliar de preparação do Flamengo e chegou ao Leverkusen em 2011 a pedido do jogador, que sofria com lesões e solicitou à direção para ser cuidado por alguém de sua confiança.
Renato deixou a Europa em 2012, mas Daniel permaneceu. Assim como a amizade deles. Tanto que no fim de 2014, o corintiano passou as férias na casa do amigo na Alemanha.
– Ele trabalhou no Flamengo durante 11 anos e era um cara da minha confiança. O clube me deu oportunidade de levar alguém, perguntei se ele estava a fim e ele topou o desafio e acabou ficando por lá. O clube gostou muito dele. Quando eu fui embora, o pessoal do clube perguntou se ele voltaria junto, mas ele preferiu ficar e está bem por lá. Fui na Alemanha (no fim de 2014), vi um jogo, passei para revê-lo, como eu sou padrinho da filha dele passei para dar um alô - revelou o camisa 8 do Timão, ao LANCE!Net.
Daniel Jouvin, apelidado de “O Gigante” por causa da baixa estatura, trabalhou com grandes nomes do futebol alemão, como o ex-meia Michael Ballack e o ex-técnico Jupp Heyncke. Desde 2011, ele vive uma experiência diferente na carreira.
– As diferenças entre o futebol do Brasil e da Alemanha são, basicamente, na organização e na estrutura. Porque eu acredito que o futebol é muito reflexo da cultura do país, de como o país funciona. A cultura alemã é assim: pontualidade e disciplina – explicou Daniel, ao L!Net.
BATE-BOLA - Daniel Jouvin
Como foi o início na Alemanha?
Foi difícil, uma cultura totalmente diferente, mas o Renato me ajudou. Ele já jogava lá, sabia como funcionava o clube e o país, então ele foi fundamental na minha adaptação.
O que muda de um país para o outro?
As diferenças são, basicamente, na organização e na estrutura. Porque eu acredito que o futebol é muito reflexo da cultura do país, de como o país funciona, e cultura alemã é assim: pontualidade e disciplina, que funciona da mesma forma no futebol. Eles (jogadores) já têm uma coisa cultural de ouvir e aprender, não é necessário repetir. Já o brasileiro tem de dar todo aquele carinho, é cultural nosso, de ter de cobrar e repetir.
Como é sua relação com o Renato?
Ele é um grande amigo, em dezembro ele esteve conosco na Alemanha, é um grande jogador e um grande amigo. No clube todos gostam dele. Renato fez falta para mim, quando ele decidiu voltar foi difícil, a gente sente. Estamos torcendo para ir bem no Corinthians.
Fisicamente, ele teve um 2014 brilhante...
Fico feliz pelo que ele produziu depois da Copa até o fim do ano, tenho certeza que ele estará ainda melhor em 2015, ele tem tudo para arrebentar e voltar à seleção.
Leverkusen está no meio da temporada. Estará melhor fisicamente, não?
A gente está no meio da temporada, mas estamos treinando bastante aqui, a perna está pesada dos jogadores alemães. É um período que estamos treinando bastante também porque o ritmo de jogos lá será intenso, o lastro é maior, de seis meses de trabalho, mas sentiremos. Eles estão achando a experiência de jogar contra brasileiros algo muito interessante, é uma escola diferente, que eles respeitam. Todo mundo está ansioso, será uma experiência nova.
Como foi estar na Alemanha após o 7 a 1?
Foi difícil porque eu tive de trabalhar no dia seguinte, liguei e pedi uma folga, mas eles não deram (risos). Foi aquela gozação normal, eles mesmo não esperavam aquele placar, acho que nunca mais acontecerá. Mas foi difícil para quem tem o coração brasileiro e estava lá.