Almir Laurindo, diretor administrativo do Bentão: "desrespeito" (Foto: Arquivo/Adrielli Bragança/G1)
Diretoria e Conselho Deliberativo do São Bento comentaram a comparação envolvendo o clube sorocabano feita por Roque Citadini, candidato à presidência do Corinthians, nesta sexta-feira, ao falar da negociação envolvendo a renovação de contrato de Paolo Guerrero. Citadini afirmou que Guerrero deveria ficar no Timão porque "a camisa do Corinthians seduz, não é a do São Bento de Sorocaba, com todo respeito ao São Bento".
Para o diretor administrativo do São Bento, Almir Laurindo, o corintiano foi infeliz.
– Foi um desrespeito. Na hora, ele não sabia o que falar. Ele veio de Capão Bonito, uma cidade da região, que sempre teve o São Bento como referência. Não era para ele ter feito isso, menosprezado. Deveria ter se expressado melhor. Foi infeliz na declaração. Vamos dar a resposta em campo – avisa, lembrando que Corinthians e São Bento disputam duas vagas no Grupo B do Paulistão.
Por outro lado, o Conselho Deliberativo do Azulão, William Alves de Araújo, acredita que a comparação não foi depreciativa.
– Não me pareceu isso. A responsabilidade do jogador enquanto corintiano é real. É outro nível e parâmetro, quando um corintiano vai mal, vira notícia. Ele coloca 'com todo respeito ao São Bento', e claro que isso acaba entrando na polêmica e na brincadeira, gerando uma interpretação negativa, mas foi com sentido apenas de comparação. É igual a brincadeira de 'se quer sossego, vá trabalhar no banco' – exemplifica.
Semelhanças
Apesar da confusão, São Bento e Corinthians guardam algumas semelhanças. A começar pela história centenária – o Timão nasceu em 1910, e o São Bento foi fundado em 1914. Com o acesso do time de Sorocaba ao Paulistão, o que será sua 32ª participação na elite, os dois podem se enfrentar na segunda fase do torneio (na fase inicial, estão na mesma chave, e por isso não podem se cruzar na primeira fase).
Guinei: revelação do São Bento no Corinthians em 1990 (Foto: Agência Estado)
Além disso, muitos são-bentistas fizeram carreira com a camisa alvinegra. Caso da dupla Guinei e Tupãzinho, promessas do Azulão que foram para o Parque São Jorge em 1990, e Elias, que ficou no banco do time sorocabano antes de explodir para o mundo da bola na Ponte Preta e integrar o elenco corintiano que disputou a Série B em 2009. Outros fizeram o caminho inverso – como o volante Gonçalves, que atuou em Sorocaba por seis temporadas, após passagem apagada pelo Timão em 1962; do goleiro Maurício, titular no título brasileiro de 1999, campeão mundial em 2000 – reserva de Dida – e arqueiro do Bentão em 2007; e do volante Freddy Rincón, aposta do clube sorocabano como treinador no mesmo ano, a última participação do time na elite do Paulistão.
O meia Giovanni, emprestado pelo Timão ao São Bento para a disputa do estadual, é a ligação entre as equipes nesta temporada. Porém, em caso de classificação das duas equipes, ele não poderá enfrentar os antigos companheiros, por cláusula contratual. Será uma desvantagem para o time de Sorocaba, além das estatísticas: na história do Paulistão, são 39 vitórias do Timão contra apenas oito dos beneditinos, com 10 empates.
O meia Giovanni: elo entre Corinthians e São Bento no Paulistão 2015 (Foto: Emilio Botta)