O Corinthians antecipou neste início de temporada R$ 3,5 milhões da verba que receberia em 2015 da SPR, gestora da rede de lojas Poderoso Timão. Mário Gobbi, presidente do clube até 31 de janeiro, pediu à empresa o adiantamento para sanar necessidades financeiras e, em troca, estendeu o contrato que só acabaria no fim de 2016 até o fim de 2019, portanto por três anos adicionais.

A antecipação não faz o Corinthians arrecadar mais ou menos dinheiro com a rede de franquias. O time recebe 7% de royalties sobre as vendas, percentual que colocou no caixa corintiano, em média, entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões anuais nas últimas temporadas. Os valores do contrato não foram alterados. O que muda é que, do valor que a SPR pagará ao Corinthians neste ano, serão descontados os R$ 3,5 milhões antecipados, e haverá juros sobre o valor adiantado, como haveria num empréstimo bancário.

Na prática, Gobbi, aconselhado por Luis Paulo Rosenberg, ex-diretor de marketing e hoje vice-presidente corintiano, repetiu a fórmula que usou em agosto de 2014 com a Nike. O vínculo do clube com a marca americana venceria somente em 2022, mas o presidente o estendeu até 2025 em troca de um adiantamento. O presidente, naquela época, precisava de dinheiro para pagar dívidas fiscais e aderir ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) do governo, necessário para receber o patrocínio da Caixa.

A renovação com a SPR é interpretada como positiva por diretores corintianos pois, num momento de estagnação da economia brasileira, inflação acima da meta e juros em alta, o Corinthians assegura a manutenção de sua rede de lojas. O número de franquias saltou de 12 em 2008 para 127 em 2013, segundo relatório mais recente, e fez com que a receita com licenciamentos e franquias chegasse a R$ 17,9 milhões em 2013, a mais alta do futebol brasileiro neste aspecto. Números referentes a 2014 saem em abril deste ano, quando balanços financeiros têm de ser publicados por todos os clubes.