A seleção brasileira que inicia nesta quinta-feira a disputa do Sul-Americano sub-20, no Uruguai, não tem as mesmas caras conhecidas do time que venceu a mesma competição há quatro anos, com Neymar & Cia. No mundo dos negócios, porém, os jovens já são vistos como 'minas de ouro'.
Infelizmente, nem tanto para seus clubes.
Entre os principais destaques da equipe comandada pelo técnico Alexandre Gallo, que encara o Chile nesta quinta, às 20h (de Brasília), são raros os casos de jogadores que têm 100% dos direitos econômicos ligados a seus times. Em alguns casos, essa porcentagem não chega sequer a 50%.
Daqueles que devem iniciar o Sul-Americano entre os titulares no setor de ataque, ninguém é 100% do clube que veste a camisa. Thalles, um dos nomes mais promissores da seleção, tem apenas 70% dos direitos ligados ao Vasco. Já o Atlético-PR só tem 50% de Marcos Guilherme, outro destaque do time.
Kenedy, que deve completar o trio de frente, também não é 100% do Fluminense. Em seu último demonstrativo financeiro, o clube tricolor publicou que cedeu 12,5% dos direitos do atleta, sem citar quem foi o beneficiado. No meio-campo da seleção, o Flu também tem Gerson, e 70% de seus direitos.
Os outros homens de meio de Gallo são casos à parte. Thiago Maia, do Santos, foi convocado de última hora e, ainda assim deve ser titular - seu clube, tem 72% de seus direitos. Nathan, por sua vez, vive imbróglio jurídico com o Atlético-PR, que pode, inclusive, perder o jogador de graça (seu contrato vence em abril).
Corinthians só tem 30% dos direitos de Malcom
Nas laterais, estão as exceções que confirmam a regra na seleção brasileira. Auro, titular de Gallo na direita e que ganhou elogios de Muricy Ramalho em 2014, é 100% do São Paulo, assim como Caju, que é integralmente do Santos - em que promoveu sua estreia como profissional no último ano.
Entre os reservas, o caso de Malcom é o mais emblemático. Uma das revelações do Brasileiro de 2014, o atacante só tem 30% de seus direitos vinculados ao Corinthians, fruto de uma negociação controversa com o empresário Fernando Garcia, conforme revelou o ESPN.com.br no último mês de outubro.
Outro nome conhecido neste Sul-Americano, Gabriel, o Gabigol, tinha 60% de seus direitos pertencentes ao Santos no último demonstrativo financeiro do clube. Depois disso, teve parte também repassada ao grupo Doyen Sports, 'parceira' alvinegra nos negócios de Leandro Damião e Lucas Lima.