Tite passou uma temporada longe do Corinthians, viajando, conversando com outros técnicos e aumentando seu repertório como treinador. De volta ao clube, ele brincou ter retornado com “invencibilidade de um ano” e novas ideias. A maior parte delas é no ataque, parte do campo que lhe gera maiores críticas.

“Venho invicto”, sorriu. “Em termos de metodologia, observei trabalhos específicos ofensivos. Entendi que, fora as opções que eu tinha, queria uma gama de trabalhos ofensivos maior. Para acrescentar, para buscar, para eu ser chato e exigente com os jogadores”, acrescentou o gaúcho.

Não espere, no entanto, uma Preta e Branca Mecânica. As conversas de Tite com Carlos Bianchi e Carlo Ancelotti e suas observações ao longo do 2014 sabático não o fizeram abrir mão de uma de suas palavras favoritas, geralmente dita com olhos cravados nos de algum interlocutor: “equilíbrio”.

“Mantenho a ideia de futebol equilibrado. Não consigo conceber só agressividade, como não consigo conceber só marcação. O que se busca são variações maiores, mas sempre com um nível de exigência alto”, comentou o gaúcho, campeão da Copa Libertadores e do Mundial de 2012 com apenas quatro gols sofridos em 16 partidas.

Aquilo de que Tite parece disposto a abrir mão é uma busca ao ataque extremamente metódica. Seu novo Corinthians poderá ter menos triangulações e posse de bola, com mais investidas verticais. “Com intensidade alta, concentração e velocidade, abrindo mão de volume, mas trazendo um trabalho mais forte.”
O gaúcho voltou de seu ano de reciclagem encantado também com a variação tática do 4-1-4-1. Ele deixou claro, no entanto, que não pretende quebrar o que foi construído por Mano Menezes ao longo do último semestre. “Vamos seguir da etapa que terminou agora”, concluiu.