Se em 1990 e 2012, o dia 16 de dezembro foi marcado por conquistas históricas, nos anos de 1998 e 1999, essa data provocou sensações distintas ao Corinthians. Em uma temporada, um clima ameno, de expectativa positiva. Em outra, um clima de apreensão e muita concentração.

Há 16 anos, o Timão se preparava para a segunda partida da final do Campeonato Brasileiro contra o Cruzeiro, que seria disputada no Morumbi. Na primeira, no Mineirão, empate por 2 a 2. Dessa forma, o terceiro confronto seria disputado de qualquer maneira, e o Alvinegro poderia até empatar o jogo 2 para chegar no decisivo com a vantagem de outra igualdade.

Por isso, o ambiente era bastante tranquilo e de confiança no Parque São Jorge. Assuntos diferentes da final eram comentados, como o sorteio dos grupos da Copa América de 1999 – que interessava aos brasileiros e a Gamarra e Rincón – e a investida de Marcelinho em um grupo musical.

Dentro de campo, discutia-se a possível ida do elenco para um treino no CT do São Paulo. A intenção da comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo era fazer uma atividade em um gramado que fosse parecido com o do Morumbi. Ainda não havia confirmação se o treinamento aconteceria na Barra Funda.

Já em 1999, não havia tanta tranquilidade. A derrota para o Atlético-MG por 3 a 2 no primeiro jogo da final do Brasileirão, no Mineirão, obrigava o Corinthians a reagir na segunda partida, no Morumbi. Era necessária a vitória para reverter a situação. O empate forçava o terceiro confronto, mas não aliviava o cenário negativo. Mais um revés colocaria fim ao sonho do tricampeonato brasileiro.

O elenco estava concentrado em Atibaia, totalmente concentrado no jogo decisivo. A principal dúvida era o capitão Rincón, por causa da contratura muscular na coxa que o volante havia sofrido no jogo 1 da final. O volante estava em tratamento médico intensivo.

O zagueiro João Carlos, também com uma contratura, também não era presença garantida na partida. Por outro lado, o lateral Índio e o zagueiro Nenê estavam recuperados após lesões. Por conta do calendário abarrotado de jogos – o Timão iria para o 82º jogo –, havia a reclamação de que essa maratona estava prejudicando as condições físicas dos atletas.