Apresentado nesta terça-feira como novo treinador do Corinthians, o técnico Tite falou com bom humor de seu ano sabático após deixar justamente o Timão, no fim de 2013.

Ele passou a temporada 2014 com estudos na Europa, idas a jogos internacionais e encontros com grandes treinadores, como o italiano Carlo Ancelotti e o argentino Carlos Bianchi. Sem comandar nenhum clube, ele destacou: está invicto há um bom tempo.

- Trago uma invencibilidade de um ano (risos) - disse, ao ser perguntado o que ele traria de novo ao Timão nesta nova passagem.

Depois, ele ressaltou que se baseou em trabalhos ofensivos para agregar conhecimento ao seu currículo. Em sua última temporada, as principais críticas foram aos excessivos empates do Corinthians por 0 a 0 no Brasileirão (nada menos do que 17, um recorde no torneio).

- Em termos de metodologia de trabalho, busquei trabalhos específicos ofensivos. Queria ter uma gama de trabalhos ofensivos maiores para acrescentar, para passar aos atletas, para ser exigente.

Mas também mantenho aquela ideia de futebol equilibrado. Não consigo conceber só agressividade, assim como não pode ser só marcação. Entendo dessa forma, a linha de trabalho, variações...

O nível de exigência é alto, em termos técnicos e táticos, e com intensidade alta, com concentração e velocidade na sua execução - disse o comandante alvinegro, que assinou contrato até o fim de 2017.

Tite ainda afirmou que não teme maior pressão pelo passado vitorioso. Em sua última passagem, ele sagrou-se campeão do Brasileirão (2011), Libertadores, Mundial (2012), Paulistão e Recopa Sul-Americana (2013).

Nas última semana, além do Corinthians, o Internacional tentou contratá-lo para 2015. Pesou o carinho pelo Timão e o acordo apalavrado com Roberto de Andrade, candidato da situação nas eleições para presidente, que ocorrerão em fevereiro do próximo ano.

- É muito fácil, para mim, não aceitar o convite do Corinthians. É muito fácil dizer não para o Corinthians uma outra hora, por todos os aspectos. Mas vocês nunca viram eu procurar vocês para dar uma entrevista coletiva, oportunamente, em qualquer que fosse a situação.

Nenhum de voces. Também tenho o aspecto "coragem" para assumir. O grande clube me proporcionou isso. A possibilidade de retornar é boa. "Ah, mas vai ser cobrado". Eu vou ser cobrado em qualquer situação.

Vou sair da zona de conforto e botar de novo a cara para bater, é o meu jeito, minha forma. Faço porque é bom para mim, por gratidão ao clube e à torcida, que extraordinária, que disse que merecemos ganhar.

Quando saí, recebi uma pulseirinha de uma garotinha e ela disse: "A gente te espera daqui sete, oito, dez anos". Não sei se vou ganhar, mas vou ter a mesma conduta, cabelo mais branco, e tentando evoluir como pessoa - afirmou Tite.