16/12/2014 11:25

Parreira reafirma aposentadoria do futebol: "Não tenho mais o que fazer"

Após 45 anos de serviços prestados ao futebol como preparador físico, técnico e coordenador, comandante do tetra lembra momentos marcantes da carreira

Parreira reafirma aposentadoria do futebol:
Parreira faz retrospectiva da carreira e não pensa em voltar a trabalhar

Carlos Alberto Parreira manteve a decisão tomada em 2010, após o Mundial de África do Sul, de não voltar mais a trabalhar como treinador de futebol. Com a experiência de ter trabalhado como coordenador da Seleção na Copa deste ano, Parreira resolveu dizer adeus ao futebol de vez.

Foram 45 anos dedicados ao futebol. Desse tempo total, foram 39 como técnico de futebol. Após muitas experiências, inclusive em Copas do Mundo, como a de 1994, nos Estados Unidos, quando conquistou o tetra do Brasil. Ao ser questionado por Galvão Bueno se não haveria chance de repensar a decisão, Parreira foi convicto e disse que a vida é feita de "ciclos" (assista ao vídeo).

- Parei. Desde 2010, terminou a Copa da África do Sul, acabou o jogo com a França, que ganhamos por 2 a 1, fiz o retrospecto de 43 anos e falei: "Não tenho mais nada que fazer no futebol".

A vida é feita de ciclos, de momentos, de reflexões. Depois de 45 anos em alto nível no futebol profissional, trabalhando em Copa do Mundo, tendo os privilégios que eu tive, os prazeres que eu tive, as vitórias, as derrotas, o importante foi as amizades que nós deixamos - afirmou.

Parreira também disse que não aceitaria nem cargo de diretor de algum clube. Para responder essa possibilidade, o técnico do tetracampeonato do Brasil em 94 citou uma conversa com Rodrigo Caetano, atual diretor de futebol do Flamengo.

- É muita responsabilidade, muita dedicação total e integral. E não me vejo preparado para isso, depois de tanto tempo. Eu, conversando com meu amigo Rodrigo Caetano, perguntei como era a semana dele. Ele disse: "Parreira, eu sou o primeiro a chegar na segunda-feira.

O time joga domingo, volta na terça e eu chego na segunda. E sou o último a sair". "Você concentra?" "Eu vou lá na concentração". Você viaja?" "Vou a todas". É igual treinador, igual jogador. Até pior. E a responsabilidade que é. Ele falou: "Sou o segundo mais cobrado. O primeiro é o treinador, o segundo sou eu".

Carlos Alberto Parreira começou a carreira de técnico em 1975, no Fluminense - clube que dirgiu três vezes. No Brasil, também comandou outros grandes times, como São Paulo, Atlético-MG, Santos e Internacional.

Além do Brasileiro de 84, pelo Flu, foi no Corinthians que o treinador também teve destaque. No Parque São Jorge, conquistou a Copa do Brasil e o Torneio Rio-São Paulo, ambos em 2002.

No exterior, Parreira também teve uma vasta experiência. Dirigiu as seleções do Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e África do Sul em duas oportunidades, inclusive teve a chance de dirigir os sul-africano na Copa de 2010, em que foram anfitriões, mas deixou o trabalho alegando problemas particulares e indicou para o seu lugar Joel Santana.

Em clubes, trabalhou no Valencia e no Fenerbahçe, onde foi campeão turco em 1996.



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