8/12/2014 09:27

Com racha geral, Corinthians vê política ferver antes das eleições

Com situação e oposição rachadas, Corinthians vê lado político ferver e influenciar em questões importantes para o futuro. Treinador e contratações geram discordâncias

Com racha geral, Corinthians vê política ferver antes das eleições
De saída do Corinthians, o técnico Mano Menezes falou em “trairagem” e rompeu com Andrés Sanchez, que já havia se afastado de Mário Gobbi Filho, o atual presidente, que pela primeira vez bateu de frente publicamente com o ex-líder.

Ilmar Schiavenato deixou o cargo de diretor social da gestão atual para se lançar candidato à presidência sozinho, contra Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol e escolhido da situação.

Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente eleito, enviou carta pedindo a candidatura do oposicionista Antonio Roque Citadini, que decidiu não mais se aliar a Paulo Garcia, como aconteceu nas duas últimas eleições.

O Brasileirão acabou, o Corinthians confirmou a participação na primeira fase da Libertadores e as cartas de uma das eleições mais concorridas da história do clube foram jogadas na mesa.

O atual grupo, cuja chapa “Renovação e Transparência” está no poder desde 2007, nunca esteve tão rachado. Críticas à situação financeira e aos misteriosos contratos da Arena Corinthians provocaram divisões.

Para o futuro, o nome do próximo treinador e negociações com reforços também geram discordâncias e trocas de farpas.

Na parte do futebol, o elo de ligação entre o grupo de Gobbi e o grupo de Andrés é o gerente Edu Gaspar, que trabalhou com Roberto por três anos.

Gaspar tenta administrar as contradições entre o lado “pés no chão” do atual mandatário e o lado “intempestivo” do ex-presidente. Contratações são discutidas com todos em busca de consenso.

Desde que foi eleito, em fevereiro de 2012, Gobbi começou a se afastar de Andrés após tomadas de decisões, como trocar diretores e funcionários.

A relação foi se deteriorando ao longo dos anos e teve o ápice com a contratação de Mano Menezes, articulada em outubro de 2013, contra a vontade de seus próprios diretores.

Até o dia 7 de fevereiro de 2015, quando está marcado o pleito para se eleger o novo presidente, importantes decisões para o futuro do clube serão tomadas. O racha político, no entanto, tende a aumentar o jogo de interesses e as dificuldades. O Corinthians terminará 2014 fervendo...

BRIGA ATRAPALHA PONTOS IMPORTANTES

Técnico

Gobbi diz que, se tivesse mais um ano de gestão, teria renovado com Mano Menezes. Saída do técnico e definição do seu substituto esbarra na divisão política do clube.

Contratações

Marcelo, Nilmar e Óscar Romero (PAR) são alguns dos reforços tentados e travados porque houve ruídos na negociação na hora de definir.

Estádio

Andrés costurou acordo para o nascimento da arena e é gestor desde o início. Garcia diz que ninguém entende os números do estádio, nem o atual presidente, que “teve aula com advogado”. Ilmar afirma que assumirá a gestão da arena se for eleito. Naming Rights, que poderiam render R$ 400 milhões, estão atrasados há dois anos. Cativas e camarotes ainda não foram vendidos.

Guerrero

Diretoria negocia há mais de um mês para renovar contrato. Andrés diz que mostraria números para a torcida para pressionar o peruano.

Patrocínio

Contrato com a Caixa acaba no fim deste ano. Entre novembro de 2013 e fevereiro deste ano, o clube não recebeu por atraso no pagamento de parcelas de dívidas fiscais antigas.

QUEM É QUEM NA POLÍTICA DO CLUBE

Andrés Sanchez

Gestor do estádio, deputado federal e ex-presidente, exerce muita força no clube. Seu grupo, apesar de rachado, está no poder desde 2007, quando Alberto Dualib renunciou.

Mário Gobbi Filho

Atual presidente, é um dos fundadores do grupo de Andrés, com quem bateu de frente. Seu mandato acaba em 7 de fevereiro. Diz que vai se afastar do clube depois.

Luis Paulo Rosenberg

Diretor de marketing na gestão Andrés (2007-2011), hoje vice-presidente, rompeu com o grupo e enviou carta pedindo e apoiando a candidatura de Roque Citadini, da oposição.

Roberto de Andrade

Candidato da situação e ex-diretor de futebol. Tem fraco apelo no clube, mas é o candidato que Andrés apoia.

Paulo Garcia

Perdeu duas eleições para Andrés e uma para Gobbi. É candidato a presidente pela quarta vez seguida.

Roque Citadini

Ex-vice de futebol, afastou-se com a ascensão de Andrés, mas começa a recuperar força para se candidatar pela 1 vez.

Ilmar Schiavenato

Diretor social na gestão Gobbi, lançou-se candidato, mas sua chapa ainda não foi oficializada. Diz ser independente no clube.


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