6/12/2014 20:11

Irônico, Mano se despede do Timão e diz imaginar quem será seu substituto

Técnico garante estar com a "consciência tranquila" pelo trabalho realizado em 2014 e dá adeus com o Corinthians classificado para a Taça Libertadores da América

Irônico, Mano se despede do Timão e diz imaginar quem será seu substituto
Mano Menezes encerra sua segunda passagem pelo Corinthians neste sábado (Foto: Marcos Ribolli)

Após a vitória por 2 a 1 sobre o Criciúma, na última rodada do Brasileirão, Mano Menezes confirmou o que todos já esperavam: não fica no Corinthians para 2015. O técnico tem seu contrato encerrado no fim deste ano e seguirá novos rumos. A intenção do clube, que terá um novo presidente a partir de fevereiro, também não era continuar com o treinador. Tite e Oswaldo de Oliveira estão na mira.

- Eu acho que ficou bastante clara a intenção que o Corinthians queria dar para continuidade ou não do trabalho há algum tempo, ou ao menos para as pessoas que assumirão o Corinthians na próxima administração. Eu entendi dessa forma, pela experiência que eu tenho no futebol, sei ler nas entrelinhas, embora as pessoas não se pronunciem oficialmente. A relação de técnico com direção tem de ser de extrema confiança. Ao longo de uma temporada, às vezes passamos momentos extremamente difíceis.

Nessa hora a confiança mútua segura o trabalho. Se ela não existe, lá na frente vai balançar. E eu não quero passar por isso. Se o Corinthians também não quer, as partes entendem da mesma forma que o trabalho não deve ter continuidade - disse.

Mano voltou ao Corinthians no fim do ano passado, para substituir Tite. Em 2014, ele não classificou a equipe para as fases finais do Paulista. Na Copa do Brasil, caiu para o campeão Atlético-MG nas quartas de final e terminou o Brasileiro na quarta colocação. Mesmo com a falta de títulos, ele garante que seu objetivo foi cumprido.

- Saio daqui consciente de que realizamos o que nos propomos a realizar. Vim aqui para fazer uma reformulação. Ela foi iniciada, feita de forma forte. Sabíamos que reformulação gera desgastes, eu disse isso na primeira entrevista coletiva que concedi. Tomada de decisão forte gera reações, algumas mais fortes, alguns ficam satisfeitos, outros não. Foi isso que aconteceu. Recuperamos alguns jogadores importantes na temporada, lançamos outros jovens. Hoje vimos a satisfação do torcedor do Corinthians ver a forma como o Malcom jogou. E classificamos para a Libertadores como bônus. Uma equipe que, no ano passado, com força muito maior, chegou com 50 pontos no campeonato, sem a Libertadores, hoje devolvemos com 69 e com a quarta vaga para a competição continental mais importante da América do Sul. É baseado nisso que eu vou para a minha casa com a consciência tranquila de que aquilo que nos propomos a fazer neste primeiro ano de trabalho está sendo feito quase na totalidade.

Confira a entrevista coletiva de Mano Menezes:
Disse que nunca acabaria trairagem, salário atrasado e rachão...
- Esta situação está bem clara há bastante tempo. Todo mundo sabe quem queria que eu ficasse e quem não queria. Vocês (jornalistas) sabem e podem dizer. Não precisam que eu diga. As pessoas têm o direito de pensar dessa forma. Eu sempre disse isso. Da mesma maneira que o Mário Gobbi tem a preferência como técnico, outros também têm o direito de preferir outros profissionais. Isso nunca me incomodou, eu sei que o futebol é assim. Eu acho que conviver com isso no dia a dia é absolutamente normal. O que foge da normalidade é dizer em um lugar que você quer e em outro que você não quer. Em um momento dizer que quer e no outro pedir a cabeça do técnico. É só isso que está fora dos conformes e que consideramos, entre aspas, uma trairagem. Salário atrasado e rachão vocês sabem o que é, embora às vezes não entendam o que é treino tático ou técnico. O treino que Sidnei (Lobo) comandou na antevéspera do jogo, de 12 contra 12, era técnico. Não existe treino tático no futebol de 12 contra 12. Podemos jogar 9 contra 9, mas podem bancar que quando tiver 12 é técnico.

A trairagem foi de Andrés Sanchez?

- Por que você acha que estou falando dele? Então vocês já sabem. Vocês querem que diga que é o que eu penso? Essas questões não são mais importantes para mim. Eu citei que isso existe porque vocês me perguntaram ao que me referi. Não vou falar os nomes das pessoas, faz parte da política interna do clube, acontece aqui e acontece em outros lugares. Nós temos de saber conviver com isso. Não é bom, não precisa. Você pode se posicionar, assim como eu me posiciono, às vezes sou criticado, mas no dia a dia, nesse complexo que a gente vive, é fundamental a transparência na relação. Você poder confiar no dirigente e ele confiar no que você está fazendo.

Queria continuar?

- Sempre gera um sentimento de que você queria mais, porque pensa e acredita que os trabalhos têm estágios, que num primeiro momento era mais duro e desgastante. É mais honesto para a relação quando você deixa que alguém pegue o osso mais duro, que faça o trabalho mais pesado, mais desgastante e antipático, que uns não querem fazer, porque gostam de ser bons meninos no futebol brasileiro, do que deixe o segundo momento para esse profissional. É mais honesto. Mas não é a primeira vez que acontece, não será a última. Se for para continuar esse trabalho da forma como parecia que seria continuado, é melhor para todas as partes que não.

Sabe quem virá para o seu lugar? Quais são seus planos?

Eu imagino. Como eu disse para vocês, no futebol você não esconde tão bem essas coisas. Temos relação entre nós, profissionais, temos sondagens, e às vezes em uma dessas sondagens você descobre o possível sucessor seu, por coincidência. Não tenho nenhuma negociação, particularmente, e vou decidir na próxima semana o que vou fazer. Minha ideia para os próximos meses é não dirigir uma equipe brasileira. Se algumas sondagens que tive, e que agora posso deixar evoluir se confirmarem, posso trabalhar em um clube fora do Brasil. Se isso não acontecer, provavelmente vou estudar nos próximos seis meses, porque tenho algumas oportunidades que esperei e julgo serem importantes para um técnico. Se não aproveitar agora, depois não terei oportunidade de fazer novamente. É isso. Todas as outras questões, como já ouvi, desrespeitando o Dorival Júnior essa semana, não passam de boatos sem fundamento algum. Ele já me conhece há muito tempo, já vivemos essa situação em outros clubes, quando peguei o telefone e disse o que aconteceria. Agora é desnecessário, ele me conhece.


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