Mano Menezes se esquivou de todas as formas na entrevista coletiva desta sexta-feira, no CT Joaquim Grava, para não dar pistas sobre qual será o futuro dele no Corinthians.
Com contrato até o fim de 2014, o técnico diz estar com o sentimento de dever cumprido, mas não esconde que a mágoa com a situação. O treinador promete se pronunciar a respeito só depois da partida contra o Criciúma, neste sábado, às 16h30 (de Brasília), em Itaquera, partida que decide também a posição final do Campeonato Brasileiro.
– É uma despedida do campeonato, se encerra, vamos entrar de férias. Sobre qualquer outra coisa vamos falar depois do jogo. Tenho pensado na partida, falado isso na reta final. Sempre que fui questionado sobre qualquer outro assunto. O mais importante continua sendo o jogo, é o que vamos fazer amanhã – afirmou.
Enquanto Mano falava, o presidente Mário Gobbi assistia calado. O dirigente passou toda a atividade conversando com o treinador ao lado do gramado e não falou com os jornalistas. Saiu rapidamente da sala e retornou para os vestiários. Defensor ferrenho do técnico, o mandatário deixará o cargo em fevereiro.
– O presidente fez o comunicado que assistiria à última entrevista, eu disse que me causaria constrangimento, eu disse que pretendia bater nele na coletiva, mas é o maior mandatário do clube, eu não o farei (risos) – brincou o técnico.
A partida deste sábado vai determinar qual será o caminho do Corinthians na Libertadores. Se ficar em terceiro, foge do confronto contra o rival São Paulo logo na fase de grupos. Nada, porém, que abale a confiança de Mano no trabalho realizado nesta temporada.
O Timão não conquistou títulos, mas volta ao principal torneio do continente.
– Vamos terminar o campeonato de consciência tranquila. Foi um bom Brasileiro, estivemos sempre, com pouquíssimas exceções, entre as equipes classificadas para a Libertadores. Estamos na situação de todas as outras equipes que estiveram nas primeiras colocações.
Mas também mostrou que está chateado com o que viveu nos últimos meses. Mesmo disputando entre os primeiros, foi praticamente descartado em virtude da briga política.
A divisão entre Gobbi e Roberto de Andrade, candidato da situação à presidência, deixou o treinador com quase dois pés fora do clube.
– Eu não sabia se aconteceria uma transição. Não penso que o processo como um todo foi mal conduzido oficialmente. Ele foi mal conduzido nos bastidores, na maneira como algumas coisas foram tratadas. Era isso a que eu me referia. Ainda não conseguimos eliminar algumas coisas no futebol: salário atrasado, trairagem e rachão.
Resta esperar a partida contra o Criciúma. Mano será treinador do Corinthians até lá. Depois...
– Não é mistério, não. É porque é a hora. Eu sempre defendi que a equipe é mais importante, que o respeito tem de ser mantido. Não tem sentido ficar falando antes se vamos jogar amanhã (sábado).