4/12/2014 10:22
Três anos sem o Doutor Sócrates
Técnico, sábio, político, irreverente. No dia 04/12, o eterno camisa 8 nos deixava. Mas tudo o que ele fez dentro e fora de campo jamais será esquecido
O destino prega peças na vida. O dia 04 de dezembro deveria ser totalmente festivo para o Sport Club Corinthians Paulista. Nessa data, o clube conquistou o tetra e o pentacampeonato brasileiro. Dois títulos, sinônimo de alegria. Mas quis a vida que essa data também relembrasse uma grande tristeza. Há três anos, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, doutor, democrático, sábio, ícone, ídolo, descansava em paz.
O que o jogador nascido em Belém-PA no dia 19 de fevereiro de 2014 fez em vida nunca será apagado. A técnica demonstrada em campo, os toques de calcanhar que desmontavam as defesas adversárias, os golaços, os pensamentos, o enfoque à política e à democracia, a irreverência. Sócrates era mais do que um jogador de futebol. Era um ícone de uma geração.
Sócrates chegou ao Corinthians em 1978, vindo do Botafogo-SP. Em Ribeirão Preto, foi além de ser apenas um atleta: era um estudante de medicina e se manteve na faculdade mesmo depois de iniciar a carreira profissional. Formado em 1977, ganhou o apelido que passaria a levar para sempre: Doutor.
Logo no primeiro ano no Timão, Sócrates fez sucesso ao refazer a dupla com o atacante Geraldão, seu ex-companheiro do Botafogo-SP. No segundo ano, em 1979, o Doutor foi uma das figuras importantes da conquista do Campeonato Paulista, tendo inclusive marcado um gol na vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, na final do torneio.
O começo foi bom, mas os anos gloriosos de Sócrates no Corinthians vieram apenas no início da década de 80. Enquanto a ditadura governava o Brasil com um punho de ferro, Sócrates levantava o punho direito pela liberdade e participava ativamente da Democracia Corinthiana. Com o lema “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, o movimento buscou a abertura política, descentralização do poder e a modernização da administração no Parque São Jorge.
Naquele memorável Corinthians de Doutor, Casagrande, Zenon, Biro-Biro, Zé Maria, Wladimir e cia., todos tinham o direito de opinar nas decisões internas e o voto de cada um, independentemente do cargo, possuía o mesmo valor. A ideologia, além de ter influenciado na política nacional, deu frutos dentro de campo, pois o esquadrão corinthiano foi bicampeão paulista em 1982/83. Sócrates marcou o gol que garantiu o bi na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo.
Naquele mesmo ano, o democrático Corinthians enfrentou o modesto Tiradentes-PI no estádio do Canindé e escreveu mais uma página da história do futebol nacional. O placar elástico de 10 a 1 é, ainda hoje, a maior goleada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Sócrates marcou três vezes apenas no primeiro tempo e o Timão foi para os vestiários com a vantagem de 5 a 1. Na segunda etapa, o Doutor anotou mais um, e o Alvinegro foi nota dez.
No Timão, o Calcanhar de Ouro jogou por seis anos. Disputou 298 jogos, marcou 172 gols e foi tricampeão paulista (1979, 1982 e 1983). Em 1984, com a transferência do Doutor para a Fiorentina (ITA), teve fim a vitoriosa Era Sócrates no Corinthians. Mas a imagem está guardada na memória do torcedor corinthiano, tanto pela forma de jogar quanto pela atuação política e o jeito irreverente do camisa 8.
Sócrates estará eternamente em nossos corações.
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