25/11/2014 15:22
Mano lamenta e diz que sua situação foi "mal conduzida" pelo Corinthians
Técnico diz que não foi procurado por nenhum candidato, diz que o futuro não deveria ter sido tratado publicamente e que só fica se houver respaldo
Convidado do "Arena SporTV" desta terça-feira, Mano Menezes comentou sobre a sua situação de indefinição no Corinthians para o ano que vem. Com contrato até o fim do ano, o técnico admitiu que não gostou da forma pública como a diretoria tratou do assunto. Por conta das eleições em fevereiro, o presidente Mário Gobbi Filho anunciou que não renovaria o contrato do treinador e que o time começaria o ano com um interino. Nesta semana, porém, voltou atrás e disse que se reunirá com os candidatos para definir o comandante de 2015.
– O Corinthians falou bastante por aí, pela declaração do presidente de que não ia renovar comigo pelas questões administrativas e políticas do clube. Isso criou uma interpretação antecipada do que o Corinthians queria fazer e até criou um certo constrangimento. A questão foi mal conduzida e exigiu da gente muito profissionalismo em um momento importante da temporada. Era provável que os jogadores relaxassem também, então tive que mostrar que tínhamos coisas mais importantes independe da minha situação. Minha decisão vou tomar depois do Brasileiro, não é hora de falar nem para cá nem para lá - disse o treinador.
No "Arena SporTV" do dia 6 de outubro, Gobbi disse aos comentaristas que não iria renovar o vínculo de Mano ao fim da temporada e que a decisão em relação a isso ficaria com o presidente eleito no pleito do dia 1º de fevereiro. Mano, novamente, mostrou chatiação e disse que não foi procurado por nenhum candidato à presidência para conversar:
- Não deveria ter sido conduzida da maneira como se conduziu. Tem gente que tratou publicamente e não era assim que deveria ser feito (...) No Corinthians é difícil interpretar algumas coisas porque se fala uma linguagem internamente e outra externamente. No futebol de um modo geral é assim, mas no Corinthians é mais. Como existe eleição no início do ano que vem e tudo envolve questões políticas e estratégias de eleição, tenho de ficar a margem de tudo isso. A gente não pode se envolver, senão fica uma mistura grande e pode piorar. Eu, diretamente, não recebi nada de ninguém - afirmou.
O próprio Mano Menezes ainda não sabe se, depois da forma como foi tratado, quer continuar para a próxima temporada. Até porque Roberto de Andrade, candidato da situação e possível futuro presidente, parece preferir recontratar Tite para o cargo.
- Depende muito da relação de confiança que se estabelece no trabalho. Entre técnico e direção tem de ter 100% de confiança. O técnico vai errar e acertar, vai ganhar e vai perder, mas tem de ter respaldo. Não se pode trabalhar em um lugar onde na primeira ou segunda derrota você volte a ser questionado porque as preferências podem ser outras. A direção tem de pensar dessa forma e eu também - destacou.
Mais para o fim da entrevista, porém, Mano fez questão de dizer que a sua relação com Gobbi é boa. Na primeira passagem do técnico pelo Timão, o atual presidente ocupava o cargo de vice-presidente de futebol. Juntos, venceram a Série B, a Copa do Brasil e o Paulistão.
- Me relaciono muito bem com o Gobbi, desde 2008 a relação é muito boa. Ele como vice-presidente de futebol, a palavra dita na segunda-feira valia domingo, só mudava quando sentava e repensávamos o rimo. Era como é até hoje entre eu e ele - garantiu.
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