O técnico Mano Menezes gostou do que viu na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Goiás, nesta quarta-feira, no Mangueirão, em Belém, resultado que levou o time de volta ao G-4 do Campeonato Brasileiro.
O treinador exaltou a superação da equipe, desfalcada de seis jogadores - quatro deles titulares, e a terceira vitória consecutiva no torneio, o que ainda não tinha acontecido neste Brasileirão (além do triunfo sobre o Goiás, o Alvinegro havia vencido Santos e Bahia).
A demora para matar o jogo ficou de lado diante da dedicação dos jogadores.
- A equipe fez um primeiro tempo muito bom, mas o campo dificultou o acabamento das jogadas. Os jogadores não estão acostumados, Danilo foi cavar uma bola e errou, Renato a mesma coisa.
A própria velocidade do passe é diferente. Tecnicamente, deixamos um pouco a desejar, mas não posso reclamar de nada. Estou muito satisfeito com o que a equipe fez.
Precisamos continuar assim porque domingo teremos outra pedreira pela frente - avaliou o treinador.
referindo-se ao duelo contra o Grêmio, na arena de Itaquera.
Veja a entrevista coletiva na íntegra:
Três vitórias seguidas no Brasileirão
- Claro que gostaríamos de vencer três vezes antes, fizemos de tudo para conseguir. Mas é uma dificuldade.
Num momento como esse, ter a capacidade de fazer as três vitórias, duas delas fora de casa, com tantos jogadores fora... Não é só Paolo (Guerrero).
Tivemos Anderson Martins, Fábio Santos, Petros, Romero que poderia ser uma alternativa. Isso valoriza muito o trabalho da temporada, chegar nessa condição podendo almejar a segunda melhor coisa que a competição oferece.
Mano Menezes cumprimenta torcedores ao final da partida em Belém
Poderia matar o jogo antes?
- Se olharmos a trajetória da temporada, vamos ver que esse talvez seja um dos problemas que temos de resolver para almejar mais e conquistar títulos.
Temos posicionamento, dedicação, comprometimento, mas ainda somos uma equipe que demora a matar o jogo. Isso nos custou alguns pontos. A equipe fez um primeiro tempo muito bom, mas o campo dificultou bastante o acabamento das jogadas.
Os jogadores não estão acostumados. Danilo foi cavar uma bola e errou, Renato a mesma coisa. A própria velocidade do passe é diferente.
Tecnicamente, deixamos um pouco a desejar, mas não posso reclamar de nada. Estou muito satisfeito com o que a equipe fez neste momento. Precisamos continuar assim porque domingo teremos outra pedreira pela frente.
Volta à Arena Corinthians
- Com o apoio do nosso torcedor somos muito fortes, como tivemos o apoio brilhante hoje do torcedor de Belém e região.
Foi só com o apoio que tivemos força para fazer esta terceira vitória – duas delas fora de casa, repito, e na nossa arena temos sido muito fortes.
Teremos de jogar bem, como estamos fazendo em grandes jogos, porque o nosso próximo adversário (Grêmio) tem o mesmo objetivo que nós (luta por lugar no G-4).
Trauma após a Copa do Brasil
- Futebol não tem esse trauma todo que as pessoas querem fazer acreditar. As derrotas fazem parte da nossa vida.
Às vezes elas são muito duras, e nós temos de tirar ensinamentos dela. Eu disse que depois daquela passagem não seríamos os mesmos.
A equipe mostrou dentro de campo, na prática, que tinha trabalho de montagem, que os jogadores tinham qualidade, e o que aconteceu foi uma circunstância contra uma equipe que vive um momento maravilhoso em casa, que é o Atlético-MG.
O mais importante é estar terminando uma temporada deixando a perspectiva para o torcedor corintiano de que se não foi possível a conquista de título neste ano, as perspectivas são boas para o ano que vem, que foi o que prometemos no início da temporada.
Desenvoltura do Malcom
- Não me surpreende. A personalidade dele chamou a atenção, por isso colocamos um jogador de 17 anos como titular em um momento como esse. Fazia muito tempo que isso não acontecia.
Se não me engano, o último titular da base foi o Dentinho, com outro treinador, não me lembro quem colocou ele (risos - foi o próprio Mano quem promoveu Dentinho).
Eles estão se dedicando muito, são jogadores de qualidade, temos de ter uma dose de compreensão na oscilação. É assim com o Luciano, com o Gustavo (Tocantins), que entrou bem.
Se a oscilação acontece com jogadores experientes como o Jadson, que hoje entrou bem também, é lógico que vai acontecer com os mais jovens. Temos de dar o apoio e resolver o problema com eles.
Resposta às críticas
- Não trabalho para dar resposta para essas pessoas.
Trabalho com a lealdade de sempre, com os dirigentes que confiam em mim e me contratam para essa difícil tarefa que é ser técnico do Corinthians.
As cobranças, algumas têm fundamento, foram construtivas. Futebol é emocional. Tão emocional, que agora devem nos elogiar indevidamente, talvez não mereçamos tantos elogios.
Como não merecíamos críticas destrutivas de que ninguém tinha qualidade, que todos eram ruins. O Corinthians tem um técnico razoavelmente competente para saber como conduzir neste momento.
Torcida de Belém
- Se não me engano, é a terceira vez que venho a Belém. Vim com o Caxias, jogar contra o Remo, empatamos no Baenão, depois vim com a seleção, contra a Argentina, vencemos por 2 a 0 e conquistamos o Superclássico das Américas.
Agora venho com o Corinthians, e em todas as vezes os estádios estiveram lotados. Sempre o público foi muito carinhoso, participativo.
Hoje (nesta quarta) foi brilhante conosco, desde que chegamos, às 11 da noite. O público estava presente no aeroporto para apoiar a sua equipe. Temos trabalhado para retribuir esse carinho pelo Corinthians.
Saímos daqui muito contentes. Esse é o verdadeiro torcedor, a essência do futebol. É para eles que temos o máximo de dedicação e queremos fazer o melhor.