Os preços praticados no estádio de Itaquera incomodam até quem recebe um salário mais do que suficiente para bancar os ingressos. O meia Renato Augusto mostrou bom humor ao concordar com a reclamação de boa parte dos torcedores do Corinthians, com dificuldade de acesso à nova casa.

"Está salgado até para a gente, que acaba comprando para os amigos. Imagina para o torcedor", afirmou o jogador. "Mas o torcedor sempre quis ter estádio, e ele precisa ser pago. Vamos deixar para os administradores resolverem, mas está salgado até para a gente", acrescentou.

Os preços cobrados no estádio da zona leste hoje variam de R$ 50 a R$ 350, com valores um pouco menores para sócios-torcedores. E a média de público até aqui, na casa dos 30 mil espectadores, preocupa a diretoria no financiamento da arena que foi palco da abertura da última Copa do Mundo.

A primeira parcela de R$ 100 milhões precisa ser paga no meio do próximo ano. O cumprimento do compromisso só será possível se Andrés Sanchez, o responsável pelo estádio, conseguir finalmente vender seu nome, os tais naming rights. A ideia inicial de obter R$ 400 milhões por dez anos já é tida como bastante irreal.

Seja como for, não há planos de diminuição dos preços que tanto incomodam os torcedores. O reflexo é claro no comportamento do público, bem menos participativo do que já foi em jogos do Corinthians, e chega até ao bolso de gente com dinheiro, como Renato Augusto.

O bicho, que o clube cogita cortar depois de ser processado por jogadores, faria falta. "É uma coisa que vem de muito tempo, dá um incentivo a mais. Não que a gente não corre sem bicho, mas não é uma coisa que existe só aqui. Tem na Europa, em todos os lugares do mundo. Espero que continue", sorriu o meia.