9/11/2014 12:08

Família, cavalos e idolatria: as razões para Guerrero querer ficar no Timão

Perto de casa e adaptado ao Brasil, peruano aguarda diretoria para renovar. Paixão é dividida com coleção de equinos de nomes curiosos: Pacaembu, Iguatemi...

Família, cavalos e idolatria: as razões para Guerrero querer ficar no Timão
O peruano Paolo Guerrero quer ficar perto do Pacaembu. Do Iguatemi. Da Dona Pê. Do José Christian. As maiores paixões do atacante corintiano, hoje, são o clube que defende, a cidade em que vive e os pais que lhe apoiaram a vida toda.

Longe disso, ele não quer ficar. Pacaembu, Iguatemi, Dona Pê e José Christian são os nomes de lugares que ama em São Paulo e de seus pais. Os quatro nomes batizam quatro dos oito cavalos de corrida que mantêm em seu país natal. Além da família e do Corinthians, o turfe é uma terceira paixão, mais reservada.



São muitos os motivos para o ídolo querer renovar contrato. O atual vínculo vence em julho de 2015. O Corinthians procurou o jogador, mas ainda não fez proposta concreta. Se depender de Paolo, o acordo pode ser fechado a qualquer momento.

A Europa ainda é um desejo? “Sem dúvida”, responde. Mas, aos 30 anos, o retorno ao continente onde passou um terço de sua vida já não seduz tanto. Em São Paulo, ele tem tudo. Menos os cavalos que vão às pistas mais badaladas do Peru.

- Eles apostam corridas lá. A Iguatemi é a melhor. Agora quero um que se chame Timão, mas já existe cavalo de corrida com esse nome e não é permitido repetir. Tenho o Pacaembu. Quero mais nomes daqui. Corinthians também já existe. Ainda vou escolher - brincou.

Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular e ao GloboEsporte.com, Guerrero contou curiosidades de sua vida no Peru, o lado família, o significado das dezenas de tatuagens - até ele perdeu a conta da quantidade exata.

No futebol, reiterou a expectativa pela renovação de contrato e a volta ao time no clássico contra o Santos, neste domingo, na Arena Corinthians. O único assunto que lhe incomoda é a namorada, também famosa. Sobre Barbara Evans, ele sempre se esquiva:

- Quero que falem do meu futebol, não da minha vida pessoal. Sofri muito com isso no Peru.
Confira abaixo a íntegra da conversa:


Paolo Guerrero cada vez mais à vontade: para ele, renovação é questão de tempo

A torcida sentiu muito sua falta nesses últimos três jogos. Você se sente mais ídolo hoje do que no Mundial?
Não tento pensar nos motivos que fazem a torcida gostar de mim.

Acho que é porque tento dar meu máximo pelo Corinthians, mas estou apenas suando a camisa por quem me abriu as portas e tratou com carinho. Não me considero um ídolo.

Logo que cheguei, pegaram no meu pé e disseram que eu tinha de fazer os gols do Mundial.
Não importava outra coisa.

Consegui fazer. Hoje, me sinto do bando de loucos e sou muito corintiano.

Você acha que hoje está num momento ainda melhor no Corinthians?

Tive momentos importantes, mas saímos campeões de algo que nem todo mundo esperava. Sou muito feliz aqui desde que cheguei.

Agora você está na reta final de seu contrato e há a possibilidade de renovar. Quer ficar?

Pretendo renovar, sempre falei isso. Sinto-me muito bem aqui, gosto muito da cidade, e a cultura é parecida com a do Peru... Estou muito acostumado. Só que a decisão não passa por mim. Vieram me procurar, mas ainda não tem nada certo.

A vaga na Libertadores vai influenciar na sua decisão?

Não. Não temos mais chances de título, mas posso dizer que pelo menos vamos nos classificar para a Libertadores.

O que mudou na sua vida nesses dois anos de Corinthians?

Mudou muito. Antes eu saía bastante, agora fico mais em casa, visito minha mãe, saio para jantar. Sou um cara mais caseiro e gosto de descansar. Na Alemanha eu era mais rebelde, tinha cabelo comprido. Quando vim aqui, fiquei mais tranquilo.

O cabelo se foi, mas as tatuagens só aumentam...

Quando começo a fazer uma tatuagem, quero sempre mais.
A última foi no braço. Normalmente, elas têm muito a ver com a minha vida. Tem religião, o número 9, coisas que significam para a minha vida.

Você pretende fazer mais tatuagens?

Não vou tatuar todo o corpo, mas vou fazer mais algumas. Não sinto dor. Na hora você relaxa e fica tudo tranquilo.


Guerrero exibe dezenas de tatuagens: religião e futebol se misturam pelos braços

Se você renovar, provavelmente terá o comando de outro técnico na próxima temporada. O que você acha do trabalho do Mano até agora?

(o atual técnico não terá contrato renovado após dezembro)
A troca de treinador é sempre difícil.

O time sentiu muito quando o Tite saiu (no fim de 2013), e acabamos depois caindo na primeira fase do Campeonato Paulista. Para o time nunca é bom, mas a decisão não é nossa.

Falando no Tite, quais as principais diferenças entre ele e o Mano?

Os dois dirigem bem o grupo, mas me posicionavam de forma diferente. O Tite sempre me queria mais fixo, enquanto com o Mano saio um pouco mais da área. Estou acostumado.

Na Alemanha cheguei a fazer a função de um camisa 10. Mas gosto mais de ser centroavante, tenho mais chances de gol. Em outros momentos, sei buscar a bola. Se eu não posso fazer, que o companheiro faça.

Um de seus companheiros recentes foi o Alexandre Pato. Mano Menezes disse que ele teve problemas de relacionamento por causa do salário que ganhava. Você sentiu esse tipo de problema?

Se o Mano falou, deve ter percebido algo. Eu não percebi. Sempre estivemos com o Pato. Sempre brincamos, apoiamos, conversamos com ele. Acho que ele não se acostumou ao Corinthians, não sei o que aconteceu.

Sobre um outro corintiano: Ronaldo. Recentemente, você ultrapassou o número de gols do Fenômeno no Corinthians (hoje, são 39 a 35 para Guerrero). O que representa na sua carreira?

É um orgulho, pois o Ronaldo é meu maior ídolo, desde a infância. Nunca vi um jogador como Ronaldo. Ele está acima de todos.
O número poderia ser maior se você não tivesse sido suspenso.

O que achou da decisão do STJD?

Acho muito irresponsável a decisão que tomaram, complicaram o Corinthians de alguma forma. Não fiz nada e todos perceberam isso. O próprio juiz falou. Ele trombou comigo, não fui eu que trombei com ele. Acho muita sacanagem o que fizeram comigo. Não vou me calar nunca, porque não fiz nada.

Você se acha um jogador muito faltoso?

No Brasileiro, você é o terceiro que mais comete faltas...
Não sou de fazer faltas, às vezes acontece porque me acostumei a um jogo mais forte na Alemanha. O que é falta aqui, lá não é. Os juízes deixam jogar. Não me acho faltoso. Tento aprender todos os dias o estilo dos juízes daqui.


Guerrero conversa com Ivan Moré e revela paixão por cavalos de corrida

A Europa ainda é um sonho na sua carreira?

Todo jogador sempre quer o melhor para ele. Quero melhorar sempre, gosto muito do Corinthians, mas a decisão não é minha. A Europa seria o único lugar que eu iria. Só que não recebi proposta e ainda tenho contrato aqui.

Você está consolidado no Corinthians, com a vida organizada. Tem uma namorada famosa, a Barbara Evans...

Não gosto de falar da minha vida privada. Quero que falem de mim só pelo futebol.

Isso te incomoda muito?

Não tenho problemas com quem quer tirar fotos minhas. Meus pais não gostam muito, porque no Peru muitas coisas repercutem de forma diferente. Eles sempre me disseram que vida privada é uma coisa, vida pública é outra. Quero que a imprensa me veja apenas como um jogador de futebol.

Você é muito ligado aos seus pais?

Se eu ligo para um, o outro fica ciumento. Meus pais são separados, mas mantêm contato no Peru. Tenho de comprar as mesmas coisas para os dois. Se compro um carro para minha mãe, tenho de comprar um igual para o meu pai. Ou um melhor.

Como funciona quando você passa férias no Peru? Como dividir as atenções?

Meu pai costuma ficar sozinho no Natal, e minha mãe está com meus irmãos. Até umas 23h30, fico com meu pai, depois corro para a casa da mãe para distribuir presentes.

Além disso, faço aniversário dia 1º de janeiro e preciso sempre estar com os dois. Muitas vezes me chamam para sair, mas nesses dias não posso. Durante o ano, falo sempre.

O que eles fazem no Peru?

Não quero mais que trabalhem. Meu pai cuida dos meus cavalos.

Cavalos? Quantos você tem? Como surgiu esse hobby?

Meu pai sempre me levava para as corridas, ele apostava. Eu ficava olhando e comecei a gostar. Cheguei a ter 14 cavalos, mas hoje tenho oito ou nove. Comprei três na Argentina, recentemente, e estão sendo preparados para correr no próximo ano.

Cavalos de corrida costumam ter nomes diferentes. Como você batiza os seus?

Os últimos três ainda não têm nome. Agora quero um que se chame Timão, mas já existe cavalo de corrida com esse nome e não é permitido repetir. Tenho o Pacaembu. Quero mais nomes daqui.

Corinthians também já existe. Arena?

Talvez seja uma ideia para o próximo. Tem também a égua Dona Pê e o cavalo José Christian. São os meus pais, só que os dois cavalos são muito ruins (risos). A Iguatemi é muito boa. Tem esse nome porque é o shopping que frequento perto da minha casa.

A ligação com seus pais está até nos cavalos...

Banco meus pais, não quero que eles trabalhem. Sempre quero que eles tenham tudo. Tento ser um bom filho. Quando estou no Peru, frequento a igreja da Nossa Senhora dos Milagres, nossa padroeira. Sempre que estou lá, preciso frequentar essa igreja.

E em São Paulo? Já foi a uma corrida de cavalos?

Fui muitas vezes à Hípica, mas aqui os prêmios são muito baixos (risos).


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26379 visitas - Fonte: GloboEsporte

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