8/11/2014 10:51
'Seria bom e sensato ter treinador no início do ano', afirma Elias
Jogador garante que Corinthians vai brigar por vaga na Libertadores apesar da indefinição sobre quem será o técnico em 2015
Elias concede entrevista exclusiva ao Estado no CT do Corinthians: "Será um jogo difícil (contra o Santos), como foi na Vila Belmiro. Mas temos de nos impor na nossa casa."
O volante Elias afirmou que o Corinthians encara o clássico deste domingo contra o Santos como um jogo crucial para o time conseguir se classificar para a Libertadores. E que o elenco foca apenas na reta final do Campeonato Brasileiro apesar da indefinição de quem será o treinador em 2015. Em entrevista exclusiva ao Estado, ele também deu sua versão sobre o que aconteceu na derrota para o Atlético Mineiro pela Copa do Brasil e falou da relação com a torcida.
Em entrevista ao canal Fox Sports, o técnico Mano Menezes disse que o alto salário de Alexandre Pato foi um dos motivos que prejudicaram a passagem dele pelo Corinthians. Esse tipo de ciúme ainda existe no futebol? Isso aconteceu?
Salário é merecimento, se ele recebeu esse salário maior é porque mereceu. Eu não ligo para isso, não. Os outros têm de correr atrás de melhorar seu salário. Isso pode acontecer no futebol, mas não sei se isso aconteceu aqui no Corinthians. Não convivi com o Pato aqui, mas convivi com ele na seleção brasileira. É um grande jogador, tem um talento diferenciado, mas tem de querer mais. Só qualidade no futebol de hoje não basta, tem de jogar cada partida como se fosse a última. Acho que é isso que falta para ele se tornar um grande jogador do nível de Neymar.
Afinal, o Mano fica no Corinthians ou o Tite vai voltar a ser o técnico? Como o elenco absorve essa indefinição do treinador?
Isso é uma incógnita. Mas não vamos pensar muito além do próximo jogo, se não atrapalha. Vamos pensar no hoje, que é a partida contra o Santos, tentar vencer e colocar o Corinthians na Libertadores. Para o ano que vem não sei o que vai acontecer.
Não é ruim começar o ano com técnico interino? Para você é uma situação diferente?
Pelo menos os nossos auxiliares têm muita qualidade para comandar qualquer equipe. O Fábio (Carille) e o Sylvinho (ex-jogador), que são os auxiliares permanentes, têm qualidade para assumir a função. Os clubes brigaram tanto por uma pré-temporada maior e, agora que vai ter, o Corinthians vai iniciar a preparação sem treinador. Foge muito daquilo que os jogadores e os clubes lutaram para mudar, então seria bom e sensato para todo mundo que já tivesse um treinador no início do ano.
Você gostaria que o Mano continuasse?
É um grande treinador. Se continuar, seria melhor porque manteria o trabalho que foi iniciado no começo deste ano.
Qual é a importância do clássico contra o Santos?
Será um jogo difícil como foi na Vila Belmiro. É uma equipe rápida, mas temos de nos impor na nossa casa. Se vencermos podemos terminar a rodada em terceiro lugar dependendo dos resultados das outras partidas.
O Atlético Mineiro fez outro milagre e eliminou o Flamengo, também por 4 a 1. O Galo jogou muito ou o Fla e o Corinthians deram vexame Copa do Brasil?
Do outro lado tem uma grande equipe. Em casa, neutralizamos o Atlético e fizemos 2 a 0. Até antes do jogo no Mineirão tínhamos disputado três jogos contra eles e não tínhamos sofrido nenhum gol. Aquele jogo (4 a 1) para nós foi atípico. Saímos na frente, mas depois do gol tudo o que a gente fazia dava errado. A gente não conseguia acertar três passes, não mantinha a posse de bola. Deu tudo errado e para eles está dando tudo certo. E também estão contando com um pouco de sorte. Mas a sorte está aliada com a competência.
Quando e como foi tomada a decisão de que você e o Gil iriam começar no banco contra o Atlético por terem voltado do amistoso da seleção em Cingapura?
Você acha que eu tinha condição de jogo? Eu não tinha condição de jogar, pelo fato de ser marcador. O mesmo vale para o Gil. A gente chegou à conclusão de que não tinha condição de jogo junto com a comissão técnica. Eu tinha jogado 80 minutos um dia antes. Depois foram 30 horas de viagem e fui direto para a concentração. O jogo era às 22h e cheguei no hotel às 19h30. Ah, mas o Tardelli jogou... O Tardelli jogou porque é atacante e não precisa marcar. As pessoas não entendem e falam: ‘ah, mas Elias e o Gil pediram para não jogar, fizeram corpo mole’. Não é isso. Fico chateado quanto a isso, quando falam que faço corpo mole ou que pipoquei. Pode falar que estou jogando mal, mas não fale do meu profissionalismo. Isso eu não admito.
A cobrança por parte da torcida é exagerada?
No Corinthians, cobrança existe até nas vitórias. Ganha de 1 a 0, a torcida quer dois, três... O que aconteceu no jogo contra o Coritiba foi um fato isolado. Fiz o gol, mandei uma pessoa só ficar quieta e não a torcida toda. Sou corintiano e ficaria muito puto se um jogador fizesse isso para toda a galera e eu estivesse na arquibancada. Foi só para um cara que enchia o saco. Contra o Coritiba, esse cara focou só em mim. E no calor da emoção, falei aquilo pra ele. Mas não vai se repetir. Se algum torcedor ficou chateado, peço desculpas. Tenho respeito enorme pelo corintiano de verdade.
Você foi uma das surpresas do Dunga nas convocações depois da Copa. O Dunga conversou com vocês sobre a derrota por 7 a 1 para a Alemanha?
Ele falou que não é para esquecer. Eu, mesmo não tendo participado da Copa, me sinto parte de tudo isso. Não temos de esquecer, temos é de tirar as lições, aprender com os erros e não cometer novamente numa próxima Copa ou num próximo torneio. Isso o Dunga deixou bem claro, e os jogadores prestaram bastante atenção no que ele disse.
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