4/11/2014 11:33

Candidato 'alternativo' do Corinthians: 'Andrés não faz parte da minha gestão'

Ilmar Schiavenato é ex-diretor social da gestão Mario Gobbi

Candidato 'alternativo' do Corinthians: 'Andrés não faz parte da minha gestão'
Marcada para fevereiro do ano que vem, a eleição do Corinthians deve contar com pelo menos três candidatos. Além de Roberto de Andrade, que representa a situação, o grupo de Paulo Garcia, dono da Kalunga, deve anunciar o seu concorrente nos próximos dias, repetindo o cenários das últimas disputas.

Ilmar Schiavenato, ex-diretor social, é a novidade da vez, aparecendo como uma terceira via.

Em entrevista ao ESPN.com.br, Ilmar falou um pouco sobre seus planos e propostas. Em carreira "solo", com o apoio do ex-lateral Wladimir, ele se coloca como o candidato da mudança. Sem querer atacar a atual gestão e outros que passaram, Schiavenato se diz inconformado com a forma que as coisas acontecem no Parque São Jorge, como nas categorias de base.


"O futebol amador, por exemplo, é comandado por pessoas, que também fazem parte da direção. Você pega um jogador da base, o cara foi indicado por um amigo, ou por um empresário, fica dois meses lá e sai com um carimbo. Chega faz uma passagem, ganha o carimbo e é vendido por um valor melhor. Você acha certo isso?", afirmou.

"A base não revela mais ninguém. As coisas não estão acontecendo. A gente escuta muita coisa. Mas não sei o que está acontecendo lá dentro. Vou mudar muita coisa", completou.

Ilmar diz que vai mudar o comando na Arena Corinthians e que quer profissionalizar a gestão do estádio. Defende também que será um marco para o fim das influências no clube, abrindo caminho para uma nova era no alvinegro.

"Quando você entra, você coloca as pessoas pelas quais você tem apreço. O Andrés está lá hoje. Antes estava o Luis Paulo. Não sei por que ele saiu. Por que entrou o Andrés eu também não sei.

Eu tenho que colocar uma pessoa lá que entenda de obra e saiba o que foi feito ali. Eu preciso colocar uma pessoa para administrar aquilo. Tem que buscar receitas. Precisamos terminar aquele negócio de uma vez por todas. Tem que profissionalizar lá. Colocar uma pessoa ali. O Andrés é deputado e não vai ter tempo para cuidar de tudo. Da minha gestão, o Andrés não faz parte", disse.

"Não aceito interferências. Vamos discutir no grupo e chegar a alguma conclusão. Eu digo que o Andrés foi um presidente do Corinthians. Modificou um monte de coisas, para bem ou para o mal.

Alguns gostam, outros não. O Mario construiu o estádio, deu títulos, nos deu o passaporte. Esse sim é a cara do Corinthians. Foi o Mario que fez isso. Não seria só o fim da era Andrés. Seria o início do Ilmar. Acabou ali. Vai acabar com a era Mario Gobbi. Se eu estou terminando também com a era Andrés, é uma consequência", finalizou.

Veja os principais pontos da entrevista

Saída da diretoria

Ilmar diz que foi convidado a se retirar da diretoria. Alguns conselheiros pediram ao presidente Mario Gobbi que o demitisse, já que havia começado campanha para as eleições, o que ele nega.

"Fui remador e eu sei mais de Corinthians do que qualquer um. O sócio ficou contente com meu trabalho a ponto de um grupo me pedir para que eu saísse candidato. E aí acharam que eu estava fazendo propaganda. Isso é uma grande mentira.

Eu nunca fiz isso. Antes de tudo, eu avisei o Mario Gobbi que eu estava pensando em ser candidato, ele falou para eu ficar à vontade e disse que eu sairia só em dezembro. O Mario me chamou no clube e disse que não estava aguentando mais tanta pressão, disse que estavam pedindo minha cabeça.

Ele disse que não queria, mas que não estava mais aguentando. Eu fui no dia seguinte com a minha esposa, que foi com ela que entrei, e saímos", contou Ilmar.



Desentendimento

O pedido de saída começou com o vice-presidente do Cori (Conselho de Orientação do Corinthians), Jorge Kalil, que disse a Schiavenatto que era antiético continuar no poder. O ex-diretor social se irritou com a postura do colega de clube, que é vice candidato da chapa de Roberto de Andrade e continua nas suas funções.

"Eu me chateie com essa atitude do Dr. Kalil. Na reunião do conselho, eu disse que se eu era antiético, o Dr. Kalil também era. Não importa que eu fui nomeado e ele eleito, não importa. É antiético do mesmo jeito. Na cabeça dele eu sou traíra. Na verdade, é um direito meu ser candidato, querer meu espaço. Só honrei o clube. Sou bem quisto. Eu tenho que ficar sempre embaixo do Andrés e do Paulo Garcia? Ninguém mais pode ser candidato? Só eles? Eu tenho a experiência que se exige para ser candidato".

Carreira solo

"Eu me acho um cara interessante para o clube. Tenho projetos maravilhosos. Eu fui falar com o Andrés, quando ele começou a campanha para deputado. Ele disse que ficaria com o André e o Roberto. O Citadini me chamou para conversar e eu disse que ia seguir minha carreira solo. Eu não vou criticar ninguém. Eu sou uma via alternativa. Se o sócio quer uma alternativa, essa pessoa sou eu. Vamos revolucionar o futebol".

Principais projetos no clube

"Se eu ganhar, o sócio vai ver um cara muito atualizado, com uma arena multiuso completamente moderna, uma rede hoteleira dentro do Parque São Jorge. Vou dar assistência para as mães, boliche, badminton, tudo que o sócio precisa. A do Corinthians pode ficar igual a do Palmeiras. Temos um elefante branco sem uso. Vou fazer um grande complexo, volto com o basquete, com o vôlei, e vamos ser campões em tudo. E uma coisa importante, para fazer isso, vamos criar um fundo para pagar isso".

Problemas financeiros

"Não é só o Corinthians. Todos estão passando por isso. Eu vejo uma coisa curiosa. O Corinthians foi acionado a pagar uma dívida, e os outros não. Por quê? O clube teve de investir um bom dinheiro com isso. Para pagar. Nossos atletas são caros, nossas despesas são grandes. Tenho que repor esse montante, equilibrar as finanças. A partir do ano que vem, tem que cortar os excessos. Em seis meses bem trabalhados, é possível melhorar".



Impostos ou time forte

Em agosto deste ano, Andrés Sanchez virou réu na Justiça com a acusação de ter sonegado impostos do clube - o processo foi arquivado depois do pagamento das dívidas. Em entrevista à ESPN, o ex-presidente afirmou que tinha duas opções: fazer um time forte ou pagar impostos, e ele optou pela primeira. Ilmar comentou a decisão.

"Se ele achou que era o melhor, eu não vou julgar ele aqui. Se ele resolveu montar o time, fez com a consciência dele. Eu faria diferente, talvez. Mas fica fácil atirar pedra. Eu não vou ficar aqui julgando. Eu preciso estar na cadeira dele para saber o que eu faria. Eu tenho uma formação de advogado, sei das consequências, acho que faria diferente. Não quero ficar em cima do muro, estou aqui respondendo. Só é uma situação complicada de julgar".

Apoio

"É um grupo grande de sócios que está comigo. Não tenho vice ainda. Não é o momento para isso. Tenho que esperar um pouquinho. Tem bastante gente interessante para esse cargo. Alguns nem querem, vão ajudar de forma indireta. Tivemos o apoio do Wlademir recentemente, muito importante. Ele é politizado".

Empresários no futebol

"Não há clube que não tenha empresário. Criou-se esse mercado. Somos todos dependentes dele. Tem uma base que tem ser do Corinthians. O Corinthians tem de ter no mínimo 51% dos direitos de um atleta e não pode ter mais fatiados. A base tem que ser autônoma. E temos de ter o máximo de propriedade sobre os atletas. O Corinthians é muito grande. O Corinthians não tem que ficar se preocupando com empresários".

Comissões para empresários

"Isso é uma novidade para mim. Se eu tenho um produto que eu vou renovar o contrato, onde está a cláusula que me obriga a pagar para o empresário? Se alguém tem de pagar alguma coisa é em compra e venda. Renovação também? É demais. Se eu for analisar pelo que eu vejo no jornal, os valores são assustadores. Pelo que eu vejo na mídia. Eu não sei o motivo disso. O Corinthians eu sei que anda pagando pelas notícias que eu leio. Eu só vou pagar se estiver no contrato, e não vou colocar no contrato".

Postura da paz

Durante toda a entrevista, Ilmar evitou fazer críticas aos concorrentes. Perguntado sobre a postura, ele respondeu sobre o assunto.

"Será que eu estou contente? Eu não concordo com muita coisa. Quem gosta de mudanças, venha com o Ilmar. Nós não brincamos. Nós somos sérios. Eu não quero agressões para ninguém. Eu sou diferente. O cara vem com um balanço, eu não entendo nada. Não adianta. O Raul Corrêa [diretor financeiro] expôs as coisas, ninguém entendeu, começaram a fazer um monte de perguntas, veio o Andrés e disse que era didático e falou do jeito dele. Acabou com a democracia nesse momento. Todo mundo aplaudiu e pronto. Não estou feliz".

Mudança na arena

"Quando você entra, você coloca as pessoas pelas quais você tem apreço. O Andrés está lá hoje. Antes estava o Luis Paulo. Não sei por que ele saiu. Por que entrou o Andrés eu também não sei. Eu tenho que colocar uma pessoa lá que entenda de obra e saiba o que foi feito ali. Eu preciso colocar uma pessoa para administrar aquilo. Tem que buscar receitas. Precisamos terminar aquele negócio de uma vez por todas. Tem que profissionalizar lá. Colocar uma pessoa ali. O Andrés é deputado e não vai ter tempo para cuidar de tudo. Da minha gestão, o Andrés não faz parte. Na minha gestão, vamos mudar muita coisa".

Base do Corinthians

"O futebol amador, por exemplo, é comandado por pessoas, que também fazem parte da direção. Você pega um jogador da base, o cara foi indicado por um amigo, ou por um empresário, fica dois meses lá e sai com um carimbo. Chega faz uma passagem, ganha o carimbo e é vendido por um valor melhor. Você acha certo isso? Por que isso? Quem ganhou com isso? O Corinthians ganhou quanto com o Kleber? É assim que funciona as coisas? Você tem um time formatado, aí você manda tirar o cara e pronto. E só avisa o técnico que não vai mais jogar. Quem teve vantagem nisso? O amigo ou clube? Ou o empresário?".

Valorização

"A base não revela mais ninguém. As coisas não estão acontecendo. A gente escuta muita coisa. Mas não sei o que está acontecendo lá dentro. Vamos trabalhar com as coisas que a gente tem certeza. Posso falar que vai mudar muita coisa lá dentro".

Composição

"A gente não quer se misturar com ninguém. Não adianta eu me ligar a Paulo ou Roberto. Cada um tem a sua vida. Vamos tentar fazer o melhor possível e tocar nossa vida. Ganhar ou perder faz parte do jogo. Eu não quero me aliar a ninguém. Não fizemos nossa campanha para vender pra ninguém depois"



Próximo técnico

"Foi feita uma proposta no conselho, para que a eleição fosse em novembro e não em fevereiro. Mas não deu certo. O Mario vai sair em fevereiro e não vai ter uma direção no futebol, o coração do clube. Se o novo presidente já tivesse sido eleito, estaria pensando nisso. Acho que o Mario tem de terminar com o Mano no fim do ano. Eu não tenho um técnico definido. E mesmo se tivesse, não falaria. Poderia mexer no mercado de alguma forma".

Influência de Andrés Sanchez

"Você só pode determinar alguma coisa se você é a pessoa que dirige. Se eu tiver na cadeira de presidente, ninguém vai me ligar pra mandar nada. Podem me ligar e falar para comprar o Garrincha no lugar do Paulo Borges, é um conselho. Não aceito interferências. Vamos discutir no grupo e chegar a alguma conclusão. Eu digo que ele foi um presidente do Corinthians. Modificou um monte de coisas, para bem ou para o mal. Alguns gostam, outros não. O Mario construiu o estádio, deu títulos, nos deu o passaporte. Esse sim é a cara do Corinthians. Foi o Mario que fez isso. O Mario falou que quando tem dúvidas, pede orientação ao Andrés. E eu também posso querer conselho de quem já passou lá, claro".

Fim de uma era

"Não seria só o fim da era Andrés. Seria o início do Ilmar. Acabou ali. Não é só um fim para o Andrés, vai acabar com a era Mario Gobbi. Se eu estou terminando também com a era Andrés, é uma consequência. Quando outro for, vai se acabar o meu período".


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3195 visitas - Fonte: ESPN

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