Caso Petros teve primeira instância na última segunda-feira no Rio de Janeiro (Foto: Vicente Seda)
O Grêmio ingressou nesta quinta-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com um pedido de recurso contra a decisão em primeira instância que, na última segunda, absolveu o Corinthians de culpa sobre a inscrição do volante Petros, do Corinthians. O clube paulista corria o risco de perder quatro pontos no Brasileirão.
Com o ingresso do recurso, a expectativa do departamento jurídico do Grêmio é de que haja novo julgamento, no Pleno do STJD. Ao GloboEsporte.com, o diretor jurídico Gabriel Vieira afirma que o caso é "complexo", mas justifica o movimento gremista no assunto por uma questão "prática", uma vez que o Corinthians é quinto colocado com 53 pontos e a perda de pontos faria o Tricolor, com 51, ultrapassá-lo na tabela.
- O caso envolve muitos fatores. Na primeira instância, preponderou o fator político. O Pleno tem um grau mais técnico. O Grêmio está nos autos porque houve um equívoco (da inscrição). É uma questão prática. Se fosse outro clube e implicasse o Grêmio na tabela, estaríamos inseridos também - pondera o advogado, que está no Rio também os julgamentos de Barcos e o diretor executivo Rui Costa na sexta, por incidentes contra o Palmeiras.
Gabriel Vieira afirmou que a Procuradoria ainda não recorreu, mas o pedido tricolor já é suficiente para julgamento em segunda instância. A definição em relação a isso, no entanto, irá demorar, de acordo com o advogado, que prevê novidades sobre datas em uma semana ou mais. O órgão, atesta Vieira, ainda não se manifestou sobre o recurso.
O Grêmio já havia entrado com o Inter como parte interessada no processo no primeiro julgamento. O Colorado, aliás, também pretende entrar com recurso.
- Se o STJD multou a CBF e a Federação Paulista, é porque houve irregularidade - defende o advogado representante do Inter Daniel Cravo de Souza. - Esperamos, com esses recursos, maior capacidade de argumentação e uma discussão mais madura no Pleno.
O Departamento de Registro e Transferência da CBF encaminhou ao STJD um ofício atestando que foi verificada uma divergência nas datas apresentadas no contrato do atleta. Apesar de o vínculo iniciar no dia 2 de agosto, o registro de Petros no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF foi efetuado no dia 1º, um dia antes do início da vigência. Assim, ele não poderia ter atuado contra o Coritiba, dia 3, já que seu contrato só passou a valer no primeiro dia útil seguinte à data do registro, segunda-feira, dia 4.
Gabriel Vieira (esq.) entra com recurso por novo julgamento no caso Petros (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)