17/10/2014 07:52

Por uma poesia de protesto

Em 2010, torcida exigiu saída de jogadores em má fase

Por uma poesia de protesto
Há catástrofes e catástrofes. A catástrofe do Corinthians na Copa do Brasil foi da ordem das erupções: rios de lava a derreterem coisas, cinzas a colonizarem os pulmões dos homens de boa vontade, cidades a morrerem como monumentos de pó, sem nenhum alento.

Correto, o mérito é do Atlético Mineiro, ontem um dínamo, um galo encilhando e bicando UM KRAKEN NA NUCA. Parece impossível segurar este Galo na noite certa.

Sim, mas me concentro no abismo aberto na alma do Corinthians. Aquele 4 a 1 do Mineirão quebrou uma harmonia sagrada. “Muitos vivem de títulos, nós vivemos de Corinthians”: de fato, só que esse dito pressupõe que o Corinthians esteja ali, para viver na arquibancada e no campo. Ontem no Mineirão, o Corinthians só viveu na arquibancada.

O corintiano atento guarda na memória a face e o jeito de jogar de legiões de presepeiros. Nos piores momentos, entretanto, era o Corinthians que corria no gramado. Ontem, não: um campo de força parecia anular a presença de heróis vivos como Cássio e Guerrero. Imperava o nada.

Esperado: as organizadas prometem protestar amanhã no centro de treinamento. Ocorre que o histórico recente desse tipo de ação é horrendo. Quem não se lembra da faxineira agarrada pelo pescoço em fevereiro deste ano? E de Sheik e Pato caçados? Que nada desande desta vez, que não vire ritual de violência, que o CT não volte a ser cena de um crime.

O que sempre admirei na torcida do Corinthians, acima de todas as outras, foi a capacidade de protestar de forma criativa. Lembro sempre do “Viola, volta a jogar bola” ou do “Boiadeiro, devolve meu dinheiro”, pérolas de arquibancada, clássicos instantâneos. Lembro também da faixa abaixo: cuidadosamente posicionada numa cerca, povoada de ícones e desfechada por uma conjunção coordenativa matadora:



“Pois são comédias” nunca morrerá.
E o que vimos hoje no CT? Um deserto lírico:

Onde estão aqueles poetas TOMADOS DE FÚRIA? Cadê aquela lira feita de fel e sangue? No lugar de implantar a loucura do “por amor ou por terror”, numa invasão sem amarras, por que não acertar numa faixa, ou num canto? A torcida do Corinthians é a ABL da revolta no futebol brasileiro: ninguém cria melhor.

Talvez seja um ataque de Pollyanna. Logo eu, que sempre espero o pior.




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