A falta de opções no ataque do Corinthians ficou bastante clara na derrota por 1 a 0 para o Botafogo, no último sábado, na Arena da Amazônia. Sem Paolo Guerrero, convocado para a seleção peruana, o técnico Mano Menezes escalou Luciano e Ángel Romero como titulares.
No segundo tempo, tirou dois volantes e colocou Malcom, de 17 anos, e Gustavo Tocantins, de 18, para tentar buscar a vitória (veja um dos seus lances no vídeo).
O resultado não veio, e o treinador admitiu: o processo de profissionalização dos garotos está acontecendo rápido demais.
Tocantins foi relacionado pela primeira vez na última terça-feira, quando o Timão viajou a Belo Horizonte para encarar o Cruzeiro. Neste sábado, teve de ir a campo, já que não havia outros atacantes disponíveis. Teve duas chances de empatar o jogo, não conseguiu, mas foi poupado por Mano. Para o comandante, essa não é a maneira correta de utilizar a base.
- O Gustavo é um menino, mas é da posição. Ele teve duas bolas do jogo, e é um jogador de presença e definição. Temos de recorrer de forma um pouco acelerada e apressada para esses meninos, o que não é correto. Mas é o que tínhamos de fazer naquela hora – lamentou.
À exceção de Paolo Guerrero, os outros atacantes do Corinthians são muito jovens. Luciano, por exemplo, tem 21 anos. Romero tem 22. O paraguaio, inclusive, empolgou na chegada ao clube, mas caiu de produção e tem ido mal nas últimas partidas. Mano acredita que a falta de experiência atrapalha o jogador em alguns momentos, especialmente os decisivos, mas não há outra maneira de ensiná-los no Corinthians neste momento.
- Quando o jogador vem na situação que ele veio, de outro país, quando entra bem como ele entrou, a confiança fica alta. Mas depois caiu um pouco, e isso baixa a confiança. Ele sofreu um pouco disso, e da juventude também. É assim mesmo. Eles vão aprendendo dessa maneira - argumentou.
A diretoria do Corinthians foi em busca de atacantes para a disputa do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, mas esbarrou nas limitações financeiras do clube.
Marcelo, do Atlético-PR, Rafael Sobis, do Fluminense, e Nilmar, atualmente no Internacional, foram sondados, mas a negociação não caminhou por conta de valores considerados altos para realidade alvinegra.
Mano Menezes nunca escondeu que não considerava ideal a ideia de promover garotos das categorias de base para tentar solucionar o problema no setor ofensivo do Corinthians.
Desde o Campeonato Paulista, do qual o Corinthians foi eliminado na primeira fase, o técnico deixou claro que a equipe precisava de reforços no setor.