O técnico Mano Menezes, do Corinthians, aprovou a atuação do time na vitória por 1 a 0 sobre o líder Cruzeiro, nesta quarta-feira à noite, no Mineirão. A equipe suportou a pressão da primeira etapa, cresceu durante o jogo e definiu o placar no segundo tempo, quando Luciano substituiu Romero e fez o gol decisivo.

O "talismã" do Timão ganhou muitos elogios do comandante. Depois de sair do banco na vitória sobre o Sport, por 3 a 0, na último sábado, quando fez um dos gols da vitória, ele repetiu a dose diante do Cruzeiro. O bom posicionamento do atacante mereceu até uma referência a Pelé, maior jogador de todos os tempos.

- Dizemos que a bola procura o jogador, para falar a linguagem popular, que o torcedor entende. Mas quando a bola procura o jogador ele tem uma parcela importante: o posicionamento. A bola não procura à toa. Ela não procurou o Pelé mais de mil vezes e outros tantos jogadores por simpatia, mas sim porque estavam no lugar certo.

O Luciano é um jogador que se posiciona bem. E define bem. O gol de hoje foi uma definição de alta qualidade. É comum bater forte naquela situação. E ele teve tranquilidade contra um goleiro da envergadura do Fábio e definiu bem - disse Mano.

O treinador também afirmou ter estudado a forma de jogar do Cruzeiro. Segundo ele, a Raposa costuma definir as partidas nos 30 minutos iniciais. E justamente por suportar essa pressão, o Corinthians fez a torcida mineira diminuir o apoio.

- Há tempos não ganhávamos fora de casa (desde 10 de agosto, contra o Santos, na Vila Belmiro). Hoje fomos maduros e, no início do segundo tempo, fizemos o estádio ficar em silêncio. Com méritos e taticamente bem postados, fomos premiados com o gol porque tivemos competência - analisou.

Confira a entrevista coletiva de Mano Menezes:
ANTECIPOU A VITÓRIA NA ÚLTIMA RODADA

- Não é uma questão de profetizar.

Pela experiência que tenho, faço a leitura de questões internas e externas importantes. Sabemos que o jogo do Cruzeiro era contra o segundo colocado, e conseguiu poupar sete jogadores antes do Internacional.

Hoje, poupar sete jogadores, em outubro, com essa carga de jogos, é uma maravilha. Você faz um jogo diferente. E viemos para jogar em igualdade. Os dois atuaram no sábado.

Isso é um dos pontos. E o outro é que depois da vitória sobre o Atlético-MG (pela Copa do Brasil) a confiança aumentou. Jogador precisa disso. Há muita coisa a enumerar.

Guilherme jogou atrás contra o Santos, e muitos decretaram que não servia ao Corinthians. E disse que precisava ter calma, não é por um jogo ou outro que deve abrir mão.

Terminamos com Petros e Ferrugem de volantes. Então, precisamos de todos e ter paciência. Há tempos não ganhávamos fora de casa (desde 10 de agosto, contra o Santos, na Vila Belmiro).

Hoje fomos maduros e, no início do segundo tempo, fizemos o estádio ficar em silêncio. Com méritos e taticamente bem postados, fomos premiados com o gol porque tivemos competência.



SUSTOS E RECUPERAÇÃO

- As derrotas fazem parte de um aprendizado para equipes novas. Perdemos jogos em detalhes que não poderíamos. Conversamos sobre isso e aproveitamos o que fizemos bem feito em alguns momentos dessas derrotas. Só precisávamos corrigir alguns detalhes. E as vitórias fazem todos se sentirem mais fortes. Mesmo com ausências, jogamos um bom futebol. Porque para vencer o Cruzeiro hoje precisa jogar um bom futebol. E isso me deixa feliz.

"GÊNIO" APÓS VITÓRIA?

- Ainda acho que o Cruzeiro é o melhor time do país. Os números mostram isso. E Marcelo, por consequência, é o melhor treinador, porque treina o melhor time. Muito disso é mérito seu. Acho que podemos abrir mão de burro e genial. Deixa ao torcedor, que vê futebol com paixão pura.

Não é do nada que um time joga o que jogamos hoje. Isso é o mais importante. Às vezes, ganha e não vai bem, e o contrário também. E o técnico precisa ter calma nessas situações. O Brasileiro é longo. Em alguns momentos haverá quedas, mas não podem ser grandes. Precisamos ter reação e mostramos isso.

LUCIANO DECIDINDO JOGOS

- Dizemos que a bola procura o jogador, para falar a linguagem popular, que o torcedor entende. Mas quando a bola procura o jogador, ele tem uma parcela importante: o posicionamento. A bola não procura à toa. Ela não procurou o Pelé mais de mil vezes e outros tantos jogadores por simpatia, mas sim porque estavam no lugar certo. O Luciano é um jogador que se posiciona bem.

E define bem. O gol de hoje foi de alta qualidade. É comum bater forte naquela situação. E ele teve tranquilidade contra um goleiro da envergadura do Fábio para definir bem.

TIMÃO DE CABEÇA BOA

- A estratégia é importante. Fomos felizes como pensamos, mas também porque os jogadores executaram bem. E eles são a parte principal. O Cruzeiro quase sempre define o jogo nos 30 minutos iniciais.

E tínhamos de dar uma resposta nesse tempo. Se você passa por essa primeira etapa do jogo, se cria ansiedade. Foi o recado que o Corinthians deu, para fazer a segunda e terceira partes.

ESTRATÉGIA PARA ENFRENTAR O CRUZEIRO

- Não escolho quantas oportunidades teremos. O jogo vai dizer. Tivemos boas chances para armar ataques, mas não executamos tão bem a penúltima bola. O time precisa melhorar nisso. Mas em qualquer circunstância enfrentando o Cruzeiro aqui, propondo jogo lá e cá, o fim será ruim.

Essa é a questão da humildade. Se olharmos no futebol de primeiro mundo, isso é frequente. São questões táticas importantes. Marcar alto, na saída do adversário, é o que todos querem. Mas quando o time passa fácil pelas suas linhas, você não pode ficar espaçado, se não eles decidem o jogo.

LUCIANO NO BANCO SÁBADO

- Quando o jogador sai muito do banco e faz gols, normalmente ele não faz quando inicia. Temos uma viagem longa até Manaus. Vamos comemorar essa vitória e pensamos nisso depois.