O técnico Mano Menezes classificou as falhas nas finalizações como responsáveis pela derrota do Corinthians por 1 a 0 para o Atlético-PR, neste domingo, na Arena da Baixada.
Para o comandante alvinegro, o Timão jogou melhor que o adversário durante toda a partida, mas não soube transformar o próprio domínio em chances de gol e novamente passou em branco em uma partida fora de casa. Esta foi a terceira derrota consecutiva da equipe como visitante: o Flamengo e o Figueirense já haviam levado a melhor sobre o time do Parque São Jorge.
- Penso que o Corinthians jogou melhor que o Atlético. No primeiro tempo foi imensamente superior ao Atlético. Controlou todo o jogo. Vocês estavam aí e viram.
O torcedor do Atlético estava vaiando a equipe porque o Corinthians estava taticamente muito melhor, mas com o seu defeito: concluindo pouco. Se os jogadores pegarem o compacto da partida, que é onde você coloca as principais chances, vão pensar que o Atlético jogou melhor, porque conseguiu criar mais.
É isso que, como equipe, temos de corrigir. Quando se joga melhor, como jogamos, você tem de criar oportunidades. E só criando e concluindo bem que podemos chegar a marcação do nosso gol. Esse jogo é completamente diferente do de quarta-feira passada. Jogamos bem como equipe hoje.
O que nos faltou mesmo foi a criação com mais qualidade, e a definição dessa criação, traduzindo em chances de gol - analisou Mano, em entrevista coletiva após a partida.
O pênalti que resultou no gol da vitória do Atlético-PR, marcado pelo atacante Cléo, foi classificado pelo técnico como um lance "bobo". Apesar das carências no elenco, Mano se negou a reclamar do atual grupo e disse que sua missão é fazer com que a equipe jogue bem, independentemente da chegada de reforços.
O Corinthians volta a campo na próxima quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), contra o Atlético-MG, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, na Arena em Itaquera. Pelo Brasileirão, o Timão recebe o Sport, sábado, às 18h30.
Mano Menezes durante a partida deste domingo, na Arena da Baixada
Veja a entrevista coletiva na íntegra:
Acredita na reação da equipe?
Se eu não acreditasse nisso, eu certamente não ficaria como treinador, porque tenho responsabilidades. Penso que o Corinthians jogou melhor que o Atlético. No primeiro tempo foi imensamente superior ao Atlético. Controlou todo o jogo. Vocês estavam aí e viram. O torcedor do Atlético estava vaiando a equipe porque o Corinthians estava taticamente muito melhor, mas com o seu defeito: concluindo pouco.
Se os jogadores pegarem o compacto da partida, que é onde você coloca as principais chances, vão pensar que o Atlético jogou melhor, porque conseguiu criar mais.
É isso que, como equipe, temos de corrigir. Quando se joga melhor, como jogamos, você tem de criar oportunidades. E só criando e concluindo bem que podemos chegar a marcação do nosso gol. Esse jogo é completamente diferente do de quarta-feira passada. Jogamos bem como equipe hoje.
O que nos faltou mesmo foi a criação com mais qualidade, e a definição dessa criação, traduzindo em chances de gol.
Permanência no cargo depende da Copa do Brasil?
Sinceramente não estou pensando nisso. Acho que todas as equipes passaram por essas dificuldades que estamos passando no Campeonato Brasileiro. Quem tem calma e cabeça no lugar se recupera, passa a dificuldade do momento e cresce logo na frente. É o que temos de fazer nessa hora. Sabendo que as equipes abriram três pontos da gente. Temos de voltar a pontuar diante do Sport para começar a recuperar essa situação.
Pode priorizar a Copa do Brasil?
Todas as equipes, talvez o Cruzeiro não, passaram por esse momento que estamos passando. Ficar sem pontuar na proporção que precisava pontuar três ou quatro rodadas.
Precisamos ter a cabeça no lugar e a maturidade para saber conduzir nesse momento. Logo na frente vamos voltar a vencer. Espero que no sábado pelo Campeonato Brasileiro.
É isso que precisamos. Não temos de ficar pensando muito para frente. É uma competição que exige foco, cabeça no lugar. Vamos sair daqui, pensar na Copa do Brasil na quarta-feira, estamos nas quartas de final, temos um grande adversário pela frente.
Vamos tentar fazer um jogo que nos dê condições. Não existe a necessidade de priorizar. Temos condições de fazer um Campeonato Brasileiro bom, capaz de nos dar uma boa colocação, onde estávamos até agora. Momentaneamente não estamos porque não estamos pontuando no aproveitamento que precisamos.
Carências no elenco
Eu sempre respeito muito os jogadores que temos no grupo. Nunca me apeguei em desfalques para justificar isso ou aquilo. Sabemos que o nível técnico das equipes é muito parecido, que um detalhe como o pênalti bobo que fizemos define a partida.
Isso também acontece a favor da gente, já aconteceu. É assim que temos de enxergar. Não procurar a bengala para nos apoiar, mas sim acreditar na capacidade que temos para, com qualquer formação, estabelecer resultados melhores.
Ida contra o Atlético-MG é tudo ou nada?
A gente precisa jogar o jogo como 180 minutos. Se tivéssemos que fazer isso diante do Bragantino, teríamos feito mal. Ficou para a segunda etapa, com três, quatro, cinco desfalques fizemos o resultado que nos colocou agora onde estamos. Isso nos dá exata noção de como é o jogo de futebol. Por isso não desvalorizo os jogadores que tenho no grupo. Foram eles que nos deram a classificação na fase passada. Futebol é assim.
Apoio da torcida
O torcedor sabe que é peça importante. As dificuldades que estamos enfrentando fora de casa é porque o fator campo no futebol brasileiro influencia bastante.
Queremos dar a ele uma atuação na quarta-feira como tivemos contra o São Paulo. Aí ele crê que a equipe pode continuar na Copa do Brasil. É assim que queremos ser e temos condição de ser.
Problemas na criação
Eu vejo a criação muito mais para os homens de meio do que para os homens da última linha, os atacantes. É no setor de meio-campo que você começa a criar, e a jogada . Estamos com dificuldade nessa transição da última bola.
Os jogadores da frente estão esperando essa bola. Temos de assumir essa responsabilidade com o setor de meio-campo para fazer a bola chegar lá.
Queda do Jadson
É momento do futebol. A gente precisa respeitar esses momentos. Da mesma maneira como a gente respeita o atleta, entende que às vezes as coisas não estão tão bem, só o trabalho traz par onde deve estar.
A gente não afasta jogador, não deixa de acreditar no trabalho dele. Temos de entender que o Danilo também merece todo o respeito. Não posso só considerar o Jadson.
Há problemas físicos?
Nossos testes da avaliação são bastante claros e apontam uma boa condição do jogador. Não temos nenhum jogador com problema físico. O Ralf sentiu um pouco essa semana, e optamos por uma pausa, o que é raro. Mais uma questão clínica mesmo. Não temos nenhum jogador fisicamente abaixo do grupo.
Pressão no cargo
A pressão existe em todos os clubes. Quando você não vence no clube grande, não fica no lugar onde acha que deve estar, nenhum técnico fica confortável, porque a gente não gosta de perder. Os atletas também não estão confortáveis.
Isso exige mudança de atitudes nossas. Não adianta ir para a casa chorar, não adianta reclamar da vida, de desfalque, da seleção, de ninguém. Temos de resolver nossos problemas, como temos capacidade de fazer. Falar pouco e deixar quem tem de falar, falar bastante.
Ralf fez falta?
Perdemos par ao Figueirense com Ralf, e jogamos menos. Não é um atleta individualmente que pode causar um problema determinante para perdermos o jogo como perdemos.
Não merecíamos perder hoje. Jogamos bem, tínhamos de ter ganhado. Mas nos faltou uma competência para trazermos esse volume de jogo em oportunidades, que poderiam dar o gol da vitória.
Saúde dos técnicos
Sempre falo que quem é correto e quer fazer as coisas de maneira certa sofre mais. Principalmente quando a coisa não anda tão bem. Temos a responsabilidade, como comandante, de fazer as coisas funcionarem. A pressão está demasiada sobre os técnicos, já falamos sobre isso. Se perde, é o técnico.
Se não consegue contratar, é o técnico. Qualquer coisa é o técnico. E sabemos que o futebol envolve muitas partes.
Precisamos ser corretos com o futebol, porque senão as coisas terminam mal para ele, futebol. Quem vai sofrer mais é o técnico, e a saúde cobra o preço.
Você fica muito tempo sobre pressão extrema, e no clube grande você tem de fazer o resultado aparecer a qualquer preço. Não é sempre possível. E o técnico acaba pagnado um preço muito alto por isso, e alguns com a saúde.