28/8/2014 15:19
Após vitória contra Timão, presidente do Braga critica "gringos de segunda"
Na opinião do dirigente do Bragantino, crise atual do futebol brasileiro passa pela supervalorização dos jogadores estrangeiros: "Quantos Lodeiros têm aqui no interior?"
Peruano Guerreiro é um dos estrangeiros do elenco do Corinthians na temporada (Foto: Christian Guimarães)
O Corinthians escalou três estrangeiros no jogo desta quarta-feira contra o Bragantino pela Copa do Brasil. Após vitória do Braga por 1 a 0, o presidente do clube manteve o discurso de "pés no chão". Marcos Chedid respeita o adversário, sabe que o mata-mata está aberto, mas se incomoda quando o assunto é a presença de gringos no elenco do Timão. Na opinião do presidente do Massa Bruta, a atual crise do futebol brasileiro passa pela supervalorização de atletas que vêm do exterior.
- Essa regra de cinco estrangeiros por jogo é um absurdo. Isso não existe! Vendo o jogo de ontem (quarta-feira), fiquei me perguntando: quantos Lodeiros não existem no interior de São Paulo? Quantos Guerreiros? Precisamos valorizar mais os nossos talentos. Estamos prejudicando nosso futebol e servindo de ponte para países sul-americanos, com gringos de segunda - criticou.
O Palmeiras do técnico argentino Ricardo Gareca foi o primeiro time a utilizar cinco estrangeiros no Campeonato Brasileiro. O elenco do Verdão conta com oito gringos. Chedid destaca as revelações de jogadores como Rivaldo (Mogi Mirim), Luizão (Guarani) e Roberto Carlos (União São João) para justificar a força do futebol do interior. Recentemente, o próprio Bragantino revelou jogadores que se destacariam no Corinthians, como o volante Paulinho e Romarinho.
- Os dirigentes buscavam talentos nos clubes menores e isso fortalecia os pequenos. Hoje não. Os salários estão inflacionados por culpa dos dirigentes, que não sofrem punições, e uma das saídas é olhar o mercado estrangeiro, que sai mais em conta. Olha o Bahia, Internacional, Palmeiras, se você observar bem há mais estrangeiros que jovens promessas em campo. A verdade é que precisávamos passar a limpo o futebol, com punição às irresponsabilidades dos dirigentes que cometem erros e passam. Mas os clubes ficam e as dívidas também.
Apesar do olhar crítico à gestão do futebol nacional, Chedid está animado com o futuro do Bragantino. A expectativa é insistir no trabalho de revelação de jogadores e também assumir um estilo "nômade" na busca por bilheteria. Sobre atletas, o meia Gustavo Campanharo foi a última venda. Ele acertou com o Verona da Itália.
24 anos do título do Paulistão
E o mês de agosto também é de festa para Bragança Paulista. No último dia 26 de agosto, o Massa Bruta comemorou o aniversário de 24 anos do título do Campeonato Paulista de 1990. A equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo bateu o Novorizontino na chamada "final caipira" do Paulistão.
- Seguimos trabalhando, sabendo das nossas dificuldades. Mas enfrentar de igual para igual um grande como o Corinthians, numa arena de Copa do Mundo lotada, isso já é uma conquista. Agora é focar principalmente na Série B, para afastarmos o rebaixamento e passarmos a sonhar com um acesso. O trabalho do PC Gusmão é muito bom - comentou Chedid.
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