Em determinado momento da entrevista concedida na noite de sexta-feira, Mano Menezes começou a contar nos dedos os fatos negativos para o Corinthians citados em uma pergunta, como a derrota por 5 a 1 para o Santos no Campeonato Paulista e o retrospecto favorável a Robinho contra o time do Parque São Jorge.

Às vésperas do clássico de domingo, na Vila Belmiro, o técnico recordou o triunfo dos visitantes em Santos, há cinco anos, quando estava do lado vencedor. “Óbvio que todo o mundo quer lembrar as coisas boas. O Santos vai querer lembrar do 5 a 1. Eu vou querer lembrar do 3 a 1 na final de 2009”, afirmou.

Depois de muito pedir, o gaúcho finalmente conseguiu que uma das perguntas citasse a decisão daquele Campeonato Paulista. “Pô, parabéns, hein? Pelo menos, o clássico começou a ficar equilibrado”, vibrou o treinador, cuja acidez não impediu novas menções à goleada sofrida em janeiro.

De acordo com Mano, o Corinthians é outro em relação ao primeiro clássico contra o Santos na temporada. A pancada, que gerou reação violenta por parte da torcida, permitiu que avançasse mais rapidamente a reformulação considerada necessária no elenco, com a saída de atletas como Emerson, Douglas e Pato e a chegada de outros.

“Quando terminou o jogo do Paulista, a gente disse que seria um divisor de águas na trajetória do Corinthians comigo. A partir daquele momento, houve alterações significativas, o Corinthians foi outro. Isso é visível. Mas, agora, é outro jogo, outro clássico, vai depender do que as equipes produzirem no domingo, não do que produziram meses atrás”, comentou.

As mudanças, de fato visíveis, não evitaram uma campanha muito ruim no Estadual, com eliminação na primeira fase. A equipe do Parque São Jorge faz campanha satisfatória no Campeonato Brasileiro, vive na briga pelo título e, segundo o chefe, não tem necessidade de mostrar, na volta à Vila, que cresceu.

“Não precisamos ir à Vila provar que as coisas mudaram. Qualquer pessoa com mínimo conhecimento de futebol nota que é outro Corinthians. O fato de perder ou ganhar o jogo não vai dar um veredicto sobre a equipe. É uma equipe em evolução, assim como o Santos mudou algumas peças importantes. Na época, não tinha Damião ou Robinho, mas tinha Cícero. Vai ser outro jogo”, concluiu Mano.