Um dos líderes do Bom Senso, o zagueiro Paulo André, que atualmente joga na China, teceu severas críticas ao projeto de lei de responsabilidade fiscal do esporte que vem sendo debatido entre governo e clubes. Por meio de nota publicada em suas redes sociais, o ex-jogador do Corinthians focou seus ataques principalmente em Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, a quem chamou de “espertalhão”. O dirigente, entretanto, rebateu.
Em entrevista exclusiva ao Terra, Vilson disse que o projeto de lei possui a maioria das ideias apresentadas pelo Bom Senso, respondeu ao defensor e falou que, por jogar na China, ele pode estar fora da realidade do futebol brasileiro.
“Ele me ofendeu. Eu sempre digo que palavras chulas honram apenas o seu autor. É a única coisa que eu respondo a ele. O resto é projeto, o resto é teoria, o resto é pensamento. Isso, cada um fala o que quer”, disparou Vilson.
O presidente do Coritiba ainda revelou que se reuniu duas vezes com Paulo André no período em que o zagueiro jogava pelo Corinthians e que, em ambas as ocasiões, o atleta gostou das ideias do dirigente. “Eu apresentei a ele o projeto e ele achou ótimo. Tanto que 90% do que colocamos como proposta ele ratificou”, contou Vilson.
“Eu tenho feito reuniões com o Bom Senso e elas têm sido muito produtivas. O Bom Senso tem uma visão muito parecida com a dos clubes. Eu não sei... Por jogar na China, o Paulo André pode estar um pouco fora da realidade do futebol brasileiro”, acrescentou, antes de decretar. “Nós (clubes) queremos uma harmonia dentro da legislação que atenda a todas as partes”.
Também em contato exclusivo com o Terra, Toninho Nascimento, secretário do ministro do esporte, Aldo Rebelo, endossou as palavras de Vilson. “O Bom Senso foi ouvido no ano passado, e vários itens do nosso projeto são sugestões dele. Se você pegar ideias e cruzar com o projeto, 80% são do Bom Senso. São refinamentos da sugestão do projeto. Eu não vejo esse contraste tão grande. O projeto não atende a 100%, e sim 70%. É melhor fazer 70% agora do que não fazer nada. Aí depois fazemos os 30% que restam”, concluiu.
Presidente do Coritiba rebate ofensa do zagueiro Paulo André
A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta semana os presidentes de diversos clubes do futebol brasileiro para tratar do projeto de lei de responsabilidade fiscal do esporte. Entre os principais pontos, a medida prevê o refinanciamento da dívida milionária dos clubes brasileiros. É exatamente este o ponto que Paulo André discorda.
“Do jeito que está, o projeto exige apenas a apresentação da CND (Certidão Negativa de Débito), uma vez por ano, como garantia 'inquestionável' de uma gestão transparente no futebol nacional. Isso justifica o desespero dos dirigentes e a pressão da 'bancada da bola' para aprová-lo urgentemente”, escreveu o jogador.
“Não caiam no papo do Sr. Vilson de Andrade, espertalhão, que diz que eles (dirigentes de clubes) defendem uma punição mais dura do que a que propõe o Bom Senso. Ele sabe que, do jeito que está, a LRFE não punirá ninguém”, encerrou.