Ídolo do Palmeiras na década de 90, Francisco "Chique" Arce tem um de seus pupilos no Cerro Porteño, time do qual é técnico, já causando boa impressão no Corinthians. Em entrevista ao ESPN.com.br, o ex-lateral-direito disse que já poderia prever o sucesso do paraguaio Ángel Romero no Parque São Jorge.

Mas Arce não falou só disso. O ex-jogador paraguaio comentou sobre a atual situação do futebol no seu país, Libertadores e o futuro do futebol em sua terra natal. Veja abaixo a entrevista.

Você esperava que Ángel Romero logo fosse titular do Corinthians?

Eu conheço o garoto perfeitamente. O jeito dele jogar, a personalidade. Achei que ia terminar nisso, dele se adaptar rapidamente não só na parte técnica, mas também no relacionamento. Ele é bem formado, bem preparado, focado, sabe o que quer.

Assistiu aos jogos em que ele participou?

Vi ontem, mas só lapsos, não no geral. Achei bom, ele tem muito mais costume de jogar por dentro do que por fora. Ele jogou mais acompanhando o Guerrero, jogando como ponta.


Romero estreou como titular com gol

Como está a situação do irmão gêmeo, Óscar?

Aqui estava se falando muito que poderia algum grupo investidor comprar e ele ir para o Corinthians, mas até aí é só o que falam na imprensa.

Eles têm estilo de jogo parecido?

Eles são diferentes. O que está aqui conosco é diferente. A posição, o jeito de jogar. Angel é mais ponta, mais de ataque, espaço curto. Oscar tem costume de jogar por dentro e também tem uma grande qualidade.

Como vê o Nacional quase na final da Libertadores, foi uma surpresa?

Eles vêm trabalhando com o mesmo time, mesmo treinador há muito tempo. Isso deu para eles um conjunto para a Libertadores. A maneira de jogar também facilita um pouco.

Você atuou com Morinigo por anos na seleção paraguaia, ele é um técnico diferenciado?

Está tendo uma geração nova no futebol paraguaio. Se pegar os últimos três campeões foram dirigidos por técnicos paraguaios novos. O Morinigo é novo, jogamos juntos, tem o Sarabia no Libertad. Antigamente era muito difícil achar um time dirigido por um paraguaio, mas isso está mudando. Estamos mostrando capacidade, agregando alguns valores de jogo para o futebol paraguaio.

O quanto doeu a eliminação do Cerro na Libertadores? Crê que seria possível estar onde hoje está o Nacional?

Nós pecamos em coisas muito pontuais no jogo de lá. Na última bola o Cruzeiro empata. E aqui jogamso melhor, depois com um homem a menos tomamos o gol. O time estava num bom momento para continuar. É difícil você prever o futuro e falar que vai chegar até a semifinal, mas estávamos trabalhando muito bem. Doeu e dói sempre porque aqui tem um peso muito grande porque o Cerro não tem título internacional.

Depois de não ir para a Copa de 2014, como vê a seleção paraguaia para os próximos anos?

De mudança, transformação, jogadores novos, geração nova. Muitos jogadores bem novinhos indo jogar na Europa e precisando de tempo para se firmar. É um momento de transição bem complicada.

Aqui no Brasil se discutiu se era o momento de ter um técnico estrangeiro. No Paraguai, essa seria a melhor opção? Quem vê como mais indicado para assumir?

Não tenho ideia quem possa ser. Aqui sempre foi o contrário, a maioria dos treinadores sempre foram estrangeiros. Voltou um paraguaio depois de uns 20 anos quase. Acho que a tendência é que o treinador seja local.