rbitro da partida esteve na Copa do Mundo de 2014. O estádio também era o mesmo utilizado em seis partidas do Mundial. Neste domingo, Corinthians e Palmeiras fizeram o primeiro dérbi entre os dois arquirrivais paulistanos na era “padrão Fifa”, disputado em Itaquera, na Arena Corinthians, com vitória de 2 a 0 dos donos da casa. Apesar da nova época que prega modernidade no futebol – da entrada conjunta dos times em campo ao preço do ingresso -, muitos elementos antigos continuaram presentes no clássico – alguns deles lamentáveis, como a destruição parcial do setor visitante por parte de palmeirense.
A chegada dos palmeirenses ao estádio, de trem, foi marcada por um início de provocações aos corintianos. Em meio aos cânticos alviverdes, os torcedores utilizavam máscaras em clara ironia à ida pela primeira vez à casa adversária. Os cerca de 1.500 torcedores chegaram sem distúrbios ao estádio, ao contrário do temor policial nos dias que antecederam ao clássico.
Os atos provocativos dos torcedores palmeirenses não pararam nas máscaras. A música mais entoada pelos fãs era ao ritmo de Ivete Sangalo e tirava sarro com o fato de entulhos do demolido Palestra Itália terem sido utilizados na Arena Corinthians: “entulho, entulho, entulho, seu orgulho é meu entulho”.
A resposta corintiana veio de diferentes formas. Brincadeiras tradicionais como “Guarani da Capital” e alusões aos rebaixamentos do rival tiveram vez, mas ao fim da partida foram suprimidas por uma provocação mais moderna, “padrão Fifa” e oriunda da Copa. Ao ritmo de “decime que se siente”, sucesso dos argentinos no Mundial, os corintianos retrucaram com uma música nova, cantada por cerca de 20 minutos após o jogo, enquanto os palmeirenses esperavam dentro do estádio a liberação para voltar para casa.
“Porcada, me diz: como é que é? Jogar na casa do Timão. Mundial vocês não
tem, Coringão já ganhou dois, vocês não vivem sem a Série B”, provocaram os alvinegros.
A modernidade da Arena, apesar do "padrão Fifa" ficar longe dos biombos de metal que separavam as duas torcidas dentro e fora do estádio, evitou uma maior provocação entre os dois lados. O potente sistema de som evitava a troca de ofensas entre os dois lados antes do jogo e durante o intervalo, com músicas no volume máximo e vídeos – os palmeirenses, inclusive, tiveram que conviver com um telão próximo que mostrava sempre vídeos da construção da Arena do rival e de ídolos da história corintiana.
O mesmo potente e moderno sistema de som também pediu, em alto e bom som, paz às torcidas antes da partida e foi arma contra “ladrões de bola” no estádio, já que solicitou, durante o confronto, para que as bolas fossem devolvidas ao gramado após caírem na arquibancada. Do mesmo modo, pedia para que os torcedores não fumassem dentro do estádio, apenas em áreas autorizadas.
As antigas provocações mescladas com a nova modernidade e impulsionadas pela eficiente acústica do estádio teriam sido sadias, não fosse a atitude da torcida do Palmeiras, visualizada após o estádio já ficar vazio. Pelo setor visitante, um rastro de vandalismo e destruição foi deixado pelos torcedores alviverdes, que quebraram dezenas de cadeiras e picharam outras tantas na primeira vez no estádio do rival e enquanto espera a sua nova e não menos moderna arena ficar pronta.
Cadeiras quebradas no setor visitantes deram nota triste do clássico em moderna Arena