É normal um clássico no futebol brasileiro ser disputado, faltoso. Afinal, são 12 clubes grandes e a exigência é maior. Os lances ficam mais disputados. Para coibir, o juiz aumenta o rigor. Foi o que aconteceu no primeiro tempo de Corinthians x Palmeiras. 25 faltas, 5 finalizações e jogo truncado e faltoso.

Culpa do parágrafo acima e também da montagem dos dois times: o Palmeiras de Gareca, armado num 4-2-3-1 muito compacto e bem defensivamente; o Corinthians de Mano no tradicional 4-2-3-1 que vira 4-4-1-1 com a movimentação de Romero e Guerrero.



Os times pouco acertaram o gol e um anulou o outro. Naturalmente, o Timão saiu mais e buscou Romero e Petros na esquerda: os dois tabelavam e Renato Augusto ia para aquele lado, deixando o corredor livre para Fágner encontrar espaço, aproveitar a inversão de lado e finalizar.

O Palmeiras até teve momentos de ataque, procurando o pivô de Henrique e Mouche, mas agudo pela direita. Mas foi mais marcador, como mostra o frame: eram duas linhas bem compactas entre si, fechando espaços. Tanta compactação que fechou espaços e travou os dois times.




Bastou Mano Menezes aumentar a movimentação do Corinthians para abrir o placar e acabar com a estratégia do Palmeiras. Guerrero, que já se movimentava muito, abriu espaços na frente que a defesa alviverde não fechou no gol de Elias. Observando o gol, o camisa 7 vai para a área quando a bola cai em Fábio Santos e leva a marcação de Tobio, que deixa Guerrero sozinho. Movimentação organizada.





A desvantagem no placar não melhorou o Palmeiras. O time até conseguiu igualar a posse de bola e teve momentos de trocas de passes pelos lados, mas parou nos improdutivos Mendieta e Leandro e na dificuldade de criar chances a não ser em cruzamentos por fora.

É errado dizer que o Palmeiras "atacou pouco". Atacou como a Holanda-14 ou Corinthians-12, times que marcavam e atacavam a partir da marcação. É a idéia de Gareca, que precisa de paciência para dar certo. Afinal, o Palmeiras ainda está em montagem, processo pelo qual o Corinthians já passou: hoje é time pronto.