Renato Augusto livrou-se das dores, ganhou a confiança de Mano e será titiular neste domingo, contra o Palmeiras
Houve um tempo em que o mínimo sinal de dor causava pânico no meia Renato Augusto, do Corinthians. Mais do que o histórico de lesões e a demora para ganhar uma sequência de jogos, o que incomodava mesmo o jogador era a parte psicológica.
Sempre que sentia um problema muscular, ele se lembrava de dramas anteriores e demorava ainda mais para se recuperar. A cabeça boa foi o primeiro passo para evoluir fisicamente e taticamente. A ponto de Renato ser, neste domingo, o homem de confiança do técnico Mano Menezes para substituir o suspenso Jadson no clássico contra o Palmeiras, às 16h, na Arena, pelo Brasileirão.
O caminho de Renato Augusto até este Dérbi foi longo. Desde o início do ano, ele passou por preparação física especial para reforçar os músculos e evitar futuras lesões. Trabalhou muito e não sentiu mais dores. Além de fisioterapeuta, o amigo Bruno Mazziotti fez papel de psicólogo.
Coincidência ou não, os problemas musculares cessaram quando o meia parou de pensar neles. Faltava, ainda, uma sequência de jogos – foram apenas 14 nesta temporada, a maioria deles entrando no segundo tempo.
Converso muito com o Bruno sobre isso, é uma coisa da cabeça mesmo. Como tenho um histórico muito grande de lesões, às vezes fico nervoso com qualquer dorzinha e penso em coisas piores. É uma coisa que está sumindo aos poucos. Hoje estou fazendo movimentos muito naturais e estou muito próximo dos meus 100%. Isso contribui para eu tirar aquilo tudo da cabeça - admitiu Renato, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Domingo passado, ele foi "premiado" pelo esforço. Jadson levou um cartão amarelo bobo contra o Vitória, terá de cumprir suspensão, e abriu espaço para o concorrente. Dias depois, Mano Menezes confirmaria a alteração – Renato, confiante, ainda fez um gol de pênalti nos 3 a 0 sobre o Bahia, pela Copa do Brasil. No Dérbi deste domingo, ele tenta, mais uma vez, um recomeço com a camisa alvinegra.
- Não queria entrar assim no time, por uma suspensão ou lesão. Queria entrar por méritos. Mas estou tendo a oportunidade e quero aproveitar para não sair mais. Fisicamente estou muito bem, aguento os 90 minutos. Se precisar, vou jogar os 90. Quero ter essa sequência.
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A recuperação dentro do elenco veio com trabalho. Em um ano e meio, Renato Augusto fez apenas 46 jogos e seis gols com a camisa do Corinthians. Números baixos para quem custou quase R$ 10 milhões aos cofres alvinegros. O meia sabe que pode fazer bem mais.
- Minha cabeça está boa, quem está aqui dentro sabe o quanto eu trabalho. Nada vence o trabalho. Vou continuar lutando para que as coisas comecem a acontecer naturalmente. Estou no caminho certo e trabalhando bem, voltei a entrar bem, fazer gols... Estou em meu melhor momento desde que cheguei - assegurou Renato.
O trabalho realizado por Bruno Mazziotti ajuda, e muito, nessa fase positiva do meia. Antes dos treinos, dia sim, dia não, Renato faz trabalhos de força aliados a exercícios de alongamento e flexibilidade. Sua programação é diferente, e por isso costuma perder o início dos treinos em campo. Mano Menezes conta com o meia por menos tempo.
Em troca, o técnico recebeu um jogador mais forte e confiante. As dores pararam de povoar os pensamentos de Renato Augusto. A cabeça só tem espaço para o Dérbi. E para a possibilidade de, enfim, ser o craque que a torcida espera desde o início do ano passado.