24/7/2014 16:25

"Não adianta se meter a corajoso e ir para cima", diz Mano sobre a Seleção

Para ex-treinador do Brasil e atual comandante do Corinthians, país precisa ter a consciência de que hoje não tem o melhor futebol do mundo e aceitar

Mano Menezes criticou falta de "continuidade" no futebol brasileiro (Foto: Reprodução SporTV)


Antes de Luiz Felipe Scolari comandar a seleção brasileira na Copa do Mundo deste ano, Mano Menezes era o treinador da equipe, e hoje no comando do Corinthians pouco se mostra confortável em falar de sua passagem ou mesmo do cenário atual da Seleção. Mas, nesta quinta-feira, no “Arena SporTV”, Mano não só falou de sua trajetória como respondeu a uma pergunta recorrente no país depois da campanha do Brasil no Mundial: "Por que fomos tão mal?"

- Porque momentaneamente nós não somos os melhores do mundo, e temos inclusive muita dificuldade de aceitar isso. Na medida em que você aceita, fica mais humilde e se prepara para esses enfrentamentos contra seleções que momentaneamente estão num patamar acima da nossa é diferente. Quando você vai se preparar para um jogo, a primeira coisa que tem que saber é se a outra equipe está melhor que a sua ou não. (...) O resultado do futebol pode ser um pouco mentiroso, uma bola pode mudar um jogo de futebol. A Alemanha fez uma baita campanha, mas podia ter perdido a final para a Argentina, porque é assim o futebol. Mas mesmo quando você perde ou ganha, tem que saber se aquele adversário está melhor ou pior que você. Não adianta o técnico se meter a grande corajoso e jogar o time dele para cima de uma equipe que é muito melhor que a dele, porque o resultado disso, como regra, é quase sempre a derrota - avaliou Mano.

O técnico ainda citou uma conversa com o técnico argentino Marcelo Bielsa, então treinador do Chile, para exemplificar a necessidade de ter a consciência da condição técnica da própria equipe. Ele relembrou as facilidades que o Brasil tinha para vencer o rival do continente.

- Uma certa vez falei com um excepcional técnico sul-americano, que era o Bielsa, e estávamos falando exatamente sobre essa situação, de quando ele treinava o Chile. Várias vezes enfrentou o Brasil e a seleção brasileira passou por cima, porque na época o Brasil era melhor, mesmo o Chile já tendo essa filosofia. Se jogar para cima de uma seleção muito melhor que a sua geralmente terminava numa vitória brasileira com facilidades e até com placar elástico. Mesmo que você seja muito capaz, precisa entender que do outro lado às vezes está enfrentando alguém que está melhor como um todo. Não é técnico contra técnico, é equipe contra equipe. No futebol a gente precisa entender isso.

Mano Menezes assumiu a seleção brasileira em 2010, após a Copa do Mundo da África do Sul, e permaneceu no cargo até novembro de 2012, tendo sido demitido dois dias após a conquista do Superclássico das Américas, em Buenos Aires, diante da Argentina. Ao citar a própria passagem, lembrou a dificuldade da realização de uma mudança profunda diante da pouca paciência com a falta de resultados no futebol brasileiro.

- A gente tem material humano para jogar. O que não pode ser esquecido é que essa história de ser protagonista te dar vitórias não é uma decisão unilateral. Não basta só eu decidir do lado de cá que vamos ser protagonistas. Uma coisa é o jogo, outra coisa é o trabalho, a filosofia, que acho que a seleção brasileira tentou fazer nesse período (com ele no comando). Quando saí da Seleção, jogávamos com Ramires e Paulinho de volantes, e com Hulk, Oscar, Kaká e Neymar, e estava dentro dessa filosofia. Se seria possível em jogos decisivos jogar com essa formação, se teria que repensar. Mesmo assim, na semana seguinte, você continua trabalhando para chegar perto daquela filosofia. E isso demora tempo, não é tão rápido, por isso que precisa de continuidade. Mas o discurso de continuidade no Brasil não suporta dois resultados negativos, e aí já vem a crítica, todo mundo quer desmanchar tudo - concluiu o técnico.


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