23/7/2014 17:04
Seleção andando à moda de caranguejo
Foto: Ramon Bitencourt/LANCE!Press
Dunga, com currículo esquálido como treinador, tem sua segunda chance na Seleção. Tite, com currículo farto e o melhor trabalho recente do futebol brasileiro, não teve nenhuma. Assim caminha a gestão do nosso futebol. Meritocracia para quê? Inovação para quê? Recorrer a velhos conceitos e fórmulas é o que sabem fazer os cartolas, em especial esses que comandam a CBF com seu reacionarismo prenhe de teias de aranha. A solução dos que não querem nenhuma revolução, que preferem a Seleção andando como caranguejo, é pescar o passado. Esse vício passadista mostra como a mentalidade é tacanha e politiqueira. Dizem que a ligação de Tite com Andrés Sanchez foi o motivo para ter seu nome riscado. É provável, dado que a política carcomida que prevalece no país, lá no Planalto Central, é a mesma que guia os passos da classe dirigente verde-e-amarela. Que pobreza!
Não interessa se Dunga fez um trabalho digno quatro anos atrás, conquistou um punhado de títulos e caiu para a Holanda acidentalmente. Não é uma questão só de resultados. Pensar assim é usar a bitola que rechaça a evolução. O ponto é olhar para quem vem se preparando, observando o que acontece no mundo do jogo. É uma questão de erguer as antenas para o futebol que praticamos lá atrás e tornou a Seleção Brasileira uma das nossas riquezas. Estão depredando o patrimônio nacional com essa cisma de não abrir a cabeça. O Barcelona que encantou por alguns anos o mundo, com toque de bola e criatividade, praticava o preceito da magia do jogo brasileiro. O mentor da coisa, Pep Guardiola, foi quem disse isso. O Bayern de Munique, a Seleção Alemã e o Real Madrid também preservam o toque de bola, as variações táticas, e improviso, mesmo que com uma velocidade diferente, algo que foi tão tupiniquim lá atrás.
Tite fez o melhor dos trabalhos recentes entre os técnicos locais. Já que falar em treinador estrangeiro é anátema na província da cartolagem cebeefeira, o ex-técnico do Corinthians seria o cara. Sim, sua equipe brilhou muito mais pela solidez defensiva que pelo ataque demolidor. Era o recurso que tinha. E esse é o ponto. Fez um trabalho sólido com o que lhe ofereciam. E bota solidez nisso. Por um tempo, a equipe marcava a saída de bola e tinha compactação, um binômio bastante típico de quem pratica um jogo decente neste momento. Duvido que com opções melhores não propusesse um jogo a caráter para o que a Seleção precisa. Lembro-me que o Grêmio campeão da Copa do Brasil de 2001, aquele no famoso nó no melhor técnico de então, Luxemburgo, era um time técnico e ofensivo. Por que não dar chance para arejar as coisas? Não, vamos ficar no mundo das repetições, na contramão da modernidade, na resposta que atenda essencialmente à política e cuspa nas boas intenções e necessidades.
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