20/7/2014 12:44
Petrônio II e 'Galo Cego': hoje no Corinthians, dupla reencontra o Vitória
Petros, que era para ter outro nome, e Anderson Martins, que ganhou apelido inexplicável, jogaram juntos na base do Leão da Barra. Neste domingo, reveem o clube
Petros e Anderson Martins já jogaram no Vitória
Corinthians e Vitória se enfrentam neste domingo, às 16h, e uma dupla que hoje defende o clube paulista terá um reencontro especial no Barradão. O meia Petros e o zagueiro Anderson Martins, ambos novatos no Timão, fizeram toda a base juntos no time baiano, mas tiveram destinos diferentes. O primeiro vestiu a camisa de clubes pequenos como Boa Esporte (MG) e Penapolense (SP) após deixar o Leão e antes de se destacar com a camisa 40 do Corinthians. 0
Já o outro se destacou tanto no clube baiano que foi negociado com o Vasco e, em seguida, com o futebol árabe.
- Joguei a base todinha com o Anderson. O apelido dele lá é "Galo Cego", desde pequeno. Agora se você me perguntar o motivo eu não sei, acho que ninguém sabe. Conheço a família dele, os irmãos, um cara muito bacana. Nós pegamos uma geração boa do Vitória, com Elkeson, Wallace (ex-zagueiro do próprio Corinthians) e mesmo David Luiz, que era um pouco mais velho, mas jogou com a gente - relembra Petros, ao LANCE!Net.
Anderson Martins começou a treinar há menos de um mês e está relacionado pela segunda vez pelo técnico Mano Menezes. O zagueiro de 26 anos carrega no currículo o vice-campeonato da Copa do Brasil de 2010, pelo Vitória, e tem os direitos presos ao Al-Jaish, do Qatar. Ele está emprestado até junho de 2015, e tem menos de um ano para mostrar que merece o investimento. Na base, ele chegou a ser titular de David Luiz, zagueiro da Seleção Brasileira.
Já a trajetória de Petros foi um pouco diferente. A começar pelo nome, que era para ser outro.
- Meu nome era pra ser Petrônio II. O cara não queria Petros, imagina Petrônio II... Mas já estou acostumado, não tem jeito. Sempre lidei bem com isso. Falo que sofri bullying porque é moderno, é bonito falar. Pessoal até gosta: ah, sofri bullying.
Lá no Nordeste não tem bullying não - brinca o maior ladrão de bolas do Timão no Campeonato Brasileiro.
De origem humilde, o meia começou no Vitória, foi emprestado ao Fluminense de Feira e ao Juazeirense, mas se viu sem rumo após o fim dos cinco anos do primeiro contrato profissional com o Leão da Barra. Um obstáculo quase o impediu de fechar com o Boa Esporte Clube, novato na Série B do Campeonato Brasileiro. Mas um "anjo da guarda" apareceu na história.
- Sou amigo da família do Petros, o vi nascer e acompanhei todo o esforço dele para ser jogador. Mas às vezes qualidade e vontade não bastam. Quando acabou o contrato com o Vitória e houve o contato com o pessoal de Minas Gerais (Boa Esporte) ele não tinha condição de ir e se bancar, estava com dificuldades. Eu ajudei a dar esse primeiro passo. Não é fácil sair do interior do Nordeste e eu participei desse ponto decisivo da carreira dele com um gesto, não uma aposta esperando resultado financeiro.
Para mim ver o Petros fazendo sucesso no Corinthians já quita qualquer dívida. Ele é um vencedor - explica Ailton Castro, empresário da cidade baiana de Juazeiro a quem Petros faz sempre questão de agradecer.
Anos depois da separação, Anderson Martins e Petros reencontram o Barradão neste domingo. Desta vez, no entanto, as camisas rubro-negras estarão do outro lado.
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