16/7/2014 13:12
Polícia Civil confirma problema no solo e indica nove nomes por acidente na Arena Corinthians
Dentre os nomes apontados, sete funcionários da Odebrecht e dois da Locar; empresas pretendem esperar o final da investigação para se pronunciarem definitivamente
Acidente na Arena Corinthians vitimou duas pessoas
O laudo da Polícia Civil constatou que a causa principal do acidente com o guindaste na Arena Corinthians, em novembro do ano passado, foi mesmo o solo. Por conta disso, nove pessoas serão indiciadas: sete funcionários da Odebrecht, construtora do estádio, e dois da Locar, empresa responsável pela operação do guindaste.
Para o delegado responsável pela investigação e titular do 65º distrito policial, Luiz Antônio da Cruz, houve negligência por parte dos funcionários. Segundo ele, para entender melhor o que aconteceu, é preciso pensar no solo como o asfalto de uma rua e dividir em "solo inferior" e "solo superior".
- O "inferior" não foi o problema. O que o laudo demonstra é que a compactação do "solo superior" não foi suficiente para aguentar o peso do guindaste, faltou componentes, houve uma depressão e o guindaste começou a tombar - explicou o delegado ao LANCE!Net.
O "solo superior" apontado por Luiz Antônio é tecnicamente chamado de leito carroçável. E era de responsabilidade da Odebrecht. Já o papel dos funcionários da Locar seria o de fiscalizar.
- O guindaste se locomoveu, parou uma vez, e depois seguiu novamente. Outros 37 içamentos já haviam sidos feito antes, não deveriam ter continuado com a operação - continuou o delegado.
Tanto a Odebrecht quanto a Locar se pronunciaram através das suas assessorias de imprensa. A construtora discordou do indiciamento dos funcionários e disse que se manisfestará em detalhes ao final da investigação. O mesmo aconteceu com a Locar que disse "que os funcionários não foram notificados ainda".
À época do acidente, levantou-se a suspeita de que o afundamento do solo era a causa do acidente. Entretanto, Antônio Gavioli, diretor de contrato da Odebrecht, afirmou ter certeza que o problema não seria esse.
Entre as pessoas que serão indiciadas estão aquelas responsáveis pelas escavações, técnicos e engenheiros. O inquérito de sete volumes e cerca de 1500 folhas será encaminhado para o Ministério Público de São Paulo no final deste mês de julho. Em caso de condenação, a pena varia de um a três anos de prisão, com base nos artigos 256 e 258, além do artigo 29 do Código Penal.
O acidente aconteceu quando o guindaste, que estava do lado de fora do estádio, tombou e atingiu parte das estruturas das arquibancadas, atingindo o caminhão que estava parado no local.
Fabio Luiz Pereira, de 42 anos, motorista e operador do guindaste, e Ronaldo Oliveira dos Santos, montador, morreram.
Confira a nota da Odebrecht!
"A Odebrecht Infraestrutura discorda dos fundamentos da determinação de indiciamento de seus funcionários e se manifestará em detalhes quando do encerramento do Inquérito Policial, aguardando serenamente que todas as provas técnicas produzidas ainda sejam melhor avaliadas, dada sua alta complexidade."
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