Depois de um segundo semestre de 2013 em absoluto marasmo, o Corinthians resolveu mudar tudo, a começar pelo técnico Tite, dispensado depois de um ciclo arrasador de títulos. O elenco, aos poucos, também foi mudando sua cara: jogadores como Douglas, Emerson Sheik e Paulo André saíram um a um, indicando novos tempos, já com Mano Menezes.
Hoje, a ideia é contratar nomes desconhecidos, com “fome de bola”. Em 2011, quando o Timão iniciou a fase de conquistas, alguém sabia quem eram Petros ou Bruno Henrique, por exemplo? Mesmo Marcelo, do Atlético-PR, que está próximo de um acerto, era desconhecido. A reformulação foi tão completa que restaram apenas seis jogadores do elenco campeão brasileiro de 2011 no grupo deste ano.
Um deles é Ralf, eleito melhor volante do Brasileirão de 2011, e que hoje é o capitão do Corinthians. Em entrevista ao LANCE!Net, o camisa 5 avisa que vê toda a reformulação com bons olhos e o Timão no caminho dos títulos ainda em 2014.
– Tem hora que precisa renovar, porque uns estão com proposta melhor, outros com idade avançada, outros não felizes, isso é normal no futebol. Quando dá uma enxugada é bom para todos, então vamos retomar bem no segundo semestre e conseguir conquistar esse título – confia o agora experiente volante.
As coincidências entre o ano do último título do Brasileirão e agora não param em alguns nomes. Curiosamente, o Timão se preparou em Extrema (MG) naquela ocasião, e repetiu a cidade neste ano. Além disso, sofreu um baque no início de 2011, com a eliminação na pré-Libertadores - o equivalente em 2014 foi a queda na primeira fase do Paulistão, o que abalou o jovem grupo.
No que depender da superstição e da confiança, há mais uma geração corintiana pedindo passagem.
BATE-BOLA com RALF
Volante do Corinthians, ao LANCE!Net
Volante tem sido o capitão do Timão em 2014 (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)
Em 2011, o Corinthians ficou em Extrema e foi campeão. O grupo desse ano consegue repetir?
Espero que sim. Claro que Campeonato Brasileiro é muito disputado, muito nivelado, difícil apontar uma equipe que vai ser campeã, hoje você aponta de oito a dez clubes. Terminamos essa prmeira parte antes da parada bem, e tomara que a gente consiga.
Agora que vieram reforços, como será a concorrência no time?
Todo treinador quer ter essa dor de cabeça, e com o Mano não é diferente. Ele sabe o plantel que tem e é bom ter essa disputa, porque um acaba se dedicando mais, sempre querendo mais.
Se não tem sombra você acaba se acomodando, mas o grupo é bem selecionado, escolhido a dedo. Quem ganha é o Corinthians.
A eliminação do Paulista também fez parte desse processo?
Fiquei com raiva, não gosto de perder nem no par ou ímpar, mas faz parte da vida, foi a realidade do momento. É claro que sabemos que com isso você vai pegando experiência, amadurece. Uma reformulação não é da noite para o dia, mas você fica frustrado pelo elenco que tinha e tem, pelos profissionais. Agora é página virada, vamos nos dedicar ao Brasileirão.