O empate com o México não estava nos planos, e a Seleção entra em campo contra Camarões, nesta segunda-feira, ainda sem a vaga assegurada nas oitavas de final da Copa do Mundo. A eliminação precoce e a crise do adversário aliadas à necessidade de apenas um empate enchem os brasileiros de confiança. É bom, no entanto, os jogadores brasileiros entrarem ligados. Apesar do retrospecto contra os africanos ser positivo, algumas lembranças não são tão favoráveis.
Brasil e Camarões já duelaram quatro vezes. A vantagem verde-amarela é ampla, com três vitórias e uma derrota. Mas o tropeço aconteceu justamente no último confronto. Em 2003, sob o comando do atual coordenador técnico, Carlos Alberto Parreira, os brasileiros perderam na estreia na Copa das Confederações. No Stade de France, em Saint Denis, Samuel Eto'o – dúvida para o jogo de segunda – fez o único gol do jogo. O resultado colaborou com a eliminação precoce do Brasil na primeira fase do torneio.
Eto'o comemora o gol da vitória sobre o Brasil na Copa das Confederações de 2003 (Foto: Getty Images)
Foi a única derrota da Seleção para um adversário africano. No geral, o retrospecto é altamente favorável ao Brasil. No total, foram 32 vitórias em 33 jogos. O único tropeço foi justamente esse para Camarões, em 2003. Em todos os confrontos, a equipe verde-amarela fez 88 gols e sofreu apenas 13.
Pela Copa do Mundo, os números são ainda melhores. O Brasil venceu os seis jogos que disputou, fazendo 16 gols e sofrendo apenas um, justamente, no último duelo, no triunfo sobre a Costa do Marfim, por 3 a 1, em 2010.
Com a seleção olímpica, a história é diferente. Os africanos são responsáveis por dois traumas recentes na busca pela ainda inédita medalha de ouro. Nos Jogos de Sidney, em 2000, mesmo repleto de jovens talentos, como Ronaldinho Gaúcho e Alex, e com dois jogadores a mais, uma vez que Geremi Njitap e Nguimbat foram expulsos, o Brasil foi eliminado com requintes de crueldade. Na prorrogação, Mbami fez o gol de ouro, o que acabou por selar a demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo (assista aos principais lances da partida no vídeo acima). Antes, em 1996, de forma semelhante, outro representante do continente tirou a equipe nacional da disputa pelo lugar mais alto do pódio. Kanu balançou a rede pela Nigéria no tempo extra e também pôs fim ao sonho.
Em Jogos Olímpicos, o Brasil voltou a se encontrar com Camarões nas quartas de final das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Mas, dessa vez, venceu por 2 a 0, gols de Rafael Sóbis e Marcelo, atualmente titular da Seleção principal. Do atual grupo, além do lateral, Hernanes, Ramires e Jô participaram do jogo.
Os traumas existem, os encontros recentes acendem o sinal de alerta, mas Camarões é freguês do Brasil no retrospecto geral. O primeiro duelo foi na Copa de 1994, nos Estados Unidos. Com Roger Milla e ainda badalada pela campanha no Mundial da Itália, em 1990, a equipe africana não ofereceu resistência à Seleção. Após derrotar a Rússia na estreia, a equipe verde-amarela venceu com facilidade por 3 a 0, gols de Romário, Bebeto e Márcio Santos (assista aos principais lances da partida no vídeo acima). O triunfo assegurou a vaga nas oitavas com uma rodada de antecipação.
Nos outros dois confrontos, o Brasil levou a melhor, pelo mesmo placar: 2 a 0. Em 1996, em amistoso em Curitiba, venceu com gols de Giovanni e Djalminha. Em 2001, Washington "Coração Valente" e Carlos Miguel marcaram.
Brasil e Camarões jogam nesta segunda-feira, às 17h (de Brasília), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. O GloboEsporte.com, a TV Globo e o SporTV transmitem o jogo. O site também acompanha em Tempo Real.