O técnico Mano Menezes teve somente 13 dias de pré-temporada em janeiro deste ano, mas conta com a parada para a Copa do Mundo para ter todo o elenco à disposição, e bem fisicamente, no segundo semestre. Na cidade mineira de Extrema, que o Corinthians escolheu para realizar um período de treinos enquanto a seleção do Irã utiliza a estrutura do CT Joaquim Grava, a quinta-feira foi de trabalhos físicos exigentes. De volta à Sport Academia, no centro da cidade, o grupo foi submetido a avaliações de frequência cardíaca.
O elenco de 33 atletas foi dividido em três grupos. O primeiro deles realizou atividades específicas de fortalecimento na academia, casos de Renato Augusto, Danilo, Malcom, Guilherme Arana e Wanderson. O segundo grupo era formado pelos cinco goleiros do elenco profissional, que permaneram no hotel-fazenda onde o clube está hospedado. Por último, o restante do plantel precisou suar a camisa.
- Hoje (quinta-feira) tivemos a oportunidade de colocar todo o grupo para fazer um treinamento aeróbico. Nesse mês de preparação, a gente dividiu em fases, e a primeira fase vai até terça-feira, onde nós focamos em melhorar o nível de resistência e força dos jogadores. Trabalhamos com o maior número de repetições para atingir o objetivo. Claro que paralelo a isso tem atividades com bola e a parte técnico-tática do Mano - esclareceu Eduardo Silva, preparador físico do Corinthians.
O treino desta quinta consistia em tiros de corrida em velocidade alta na esteira. Os jogadores percorreram cerca de 9 km cada, e traziam no peito um aparelho medidor de frequência cardíaca. Os dados apareciam simultaneamente na tela do computador de Antônio Carlos Fedato, fisiologista do clube. A partir dos números registrados no programa, os profissionais faziam correções nos treinos para atingir a mesma "zona de objetivo". Caso algum jogador sinta dificuldades no decorrer dos trabalhos, essa primeira fase de treinos físicos deverá ser ampliada.
Fedato observa rendimento individual dos jogadores. Ideal é entre 85% e 95%
Se tem um quase andando e outro correndo, entendemos que a fase dele precisa ser estendida porque o tempo é curto. Os próprios jogadores, no primeiro momento, não têm muito interesse no resultado, mas quando você monitora eles perguntam como estão e percebem que há mudanças.
Fizemos esse treino (corrida na esteira) terça e quinta, foi praticamente igual, mas eles viram que não estão correndo "afogados", estão se sentindo melhor. Aí, quando ultrapassa um limite, eu vejo que estou dando carga alta e diminuo. Esse é o treino fisiológico, em que queremos declinar a frequência cardíaca para quando eles aplicarem na prática - completou Dudu, profissional da comissão técnica de Mano Menezes.
Os exigentes trabalhos físicos desta quinta-feira deixaram o grupo exausto, mas o bom ambiente não foi contaminado. Em diversos momentos, os jogadores pediram para Dudu encerrar o treino. O profissional, que ficava andando pela academia observando e comentando cada ação, só ria, mas mantinha a carga pesada. De acordo com o preparador, os jogadores "são bons negociantes".
- É um pouco puxado, mas a gente sabe que vai valer a pena lá na frente, por isso a gente se empenha, incentiva o outro, porque estamos buscando o melhor. O que a gente faz ali é uma brincadeira de quando está cansado pedir para acabar logo, mas todos estão se empenhando ao máximo - explicou o zagueiro Gil.