Após a derrota na decisão no Maracanã em 1950, os brasileiros já haviam adotado o chamado “complexo de vira lata”, expressão criada por Nelson Rodrigues. Foi então que, oito anos depois, o trauma foi superado. Na sexta Copa do Mundo FIFA, em 1958, o Brasil foi para a Suécia com um grande elenco, formado totalmente por atletas que atuavam no país e trouxe o primeiro dos cinco títulos mundiais conquistados até hoje.

Entre os 22 convocados, dois deles eram jogadores do Corinthians na época. Waldemar Rodrigues Martins, ou somente Oreco, foi convocado por Vicente Feola, mas esteve todo o torneio assistindo aos confrontos do banco de reserva, já que o titular da posição era Nilton Santos. Mas no gol brasileiro, estava o maior goleiro da história do Sport Club Corinthians Paulista e talvez do país, o inesquecível Gylmar dos Santos Neves.

Nas seis vezes que a seleção canarinho entrou em campo na Suécia, Gylmar esteve presente, tendo tomado gol somente nas duas últimas partidas, contra França e Suécia. O arqueiro também ficou marcado, junto a Colin McDonald, da Inglaterra, por serem os goleiros que participaram do primeiro 0 a 0 da história das Copas do Mundo FIFA.

Um fato curioso dessa edição do torneio, foi a numeração utilizada pela seleção brasileira. Segundo relatos, a confederação brasileira não enviou a lista com os números designados a cada atleta. Coube então a entidade organizadora fazer tal divisão, seguindo números que estavam na mala de cada jogador. Enquanto Oreco, lateral esquerdo reserva, vestia a oito, o goleiro Gylmar dos Santos Neves usou o número três nas costas.